Brasília O Banco Central elevou a expectativa em relação ao crescimento da economia brasileira para este ano. A aposta é que o Produto Interno Bruto (PIB) terá uma expansão de 4,7%, ante os 4,1% previstos anteriormente. Já a projeção de inflação foi reduzida de 3,8% para 3,5%. As duas previsões contam do "Relatório de Inflação divulgado ontem.
A autoridade monetária justificou a elevação com os resultados da expansão da economia no primeiro trimestre do ano (0,8% em relação ao trimestre anterior e 4,3% na comparação com o mesmo período do ano passado), a evolução da economia e a mudança metodológica feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para as contas nacionais. Essa nova contabilização alterou o PIB de 2002 a 2006 e foi divulgada no final de março, e não foi considerada no último relatório de inflação.
Em relação à expansão da economia, o BC vê um crescimento maior para o setor agrícola e de serviços, de 7% e 4,3%, respectivamente, contra os 4,8% e 2,3% projetados anteriormente. Para a indústria, a projeção foi reduzida em 0,3 ponto porcentual, para 4,4% neste ano.
"Espera-se, nos próximos meses, maior dinamismo da indústria extrativa, especialmente, de minério de ferro e da produção e distribuição de eletricidade, gás e água. Nesse contexto, o crescimento projetado para o setor agropecuário, a demanda doméstica mais aquecida e a continuidade do esforço exportador devem proporcionar aceleração da indústria no decorrer do ano, afirmou o documento.
Inflação
Sobre a inflação, a previsão está dentro da meta, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo. A probabilidade de a inflação ficar acima da margem superior ao centro da meta caiu de 12% para 3%.
As previsões do BC para inflação levam em conta o chamado cenário de referência, que é uma taxa Selic estável em 12% ao ano e um dólar cotado a R$ 1,95, ante os R$ 2,10 da previsão anterior.
Já no cenário de mercado, que trabalha com os dados da pesquisa feita semanalmente pelo BC junto a analistas do mercado financeiro, a previsão de inflação para este ano foi revista de 4% para 3,5%. Para 2008, a previsão é de um IPCA de 4,1% no cenário de referência e de 4,6% no cenário de mercado, ante 4,4% e 5%, respectivamente.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquista, afirmou que a instituição segue a determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN) em relação aos objetivos da política monetária, mas não quis dizer em qual valor para a inflação a autoridade monetária irá mirar o seu trabalho em 2009. Na terça-feira, ao anunciar a meta de inflação para 2009, o ministro da Fazenda Guido Mantega e o presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmaram que embora o centro da meta seja de 4,5%, com margem de dois pontos, a autoridade monetária perseguiria um valor menor, 4%.