O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, previu nesta segunda-feira índices de inflação perto de zero para os próximos dois a três meses. Em palestra hoje durante o seminário Rio Investors Day, o diretor lembrou que índices de preços divulgados vieram abaixo das expectativas do mercado, o que aponta para uma tendência de arrefecimento da inflação.
Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em maio foi de 0,43%. A taxa mensal ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas, que esperavam uma alta de preços entre 0,44% e 0,74%. A mediana das previsões apontava 0,59%.
A tendência, segundo Aldo Mendes, também já foi sinalizada pela pesquisa Focus do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda, que traz uma expectativa de inflação para 2011 mais baixa. No levantamento feito junto a instituições financeiras, a mediana das projeções para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o índice oficial de inflação no país - cedeu de 6,27% para 6,23%.
Em sua palestra, o executivo ressaltou que os dois principais desafios do governo hoje, na área econômica, são fazer com que a inflação convirja para a meta e administrar o fluxo de capital externo que entra no país.
Juros
O diretor de Política Monetária do BC afirmou ainda que os juros continuam sendo a principal medida de contenção da inflação. Na palestra, Aldo Mendes classificou as medidas macroprudenciais como "medidas adicionais" para o controle da alta de preços. Segundo ele, as medidas têm objetivo prudencial e, em segundo lugar, ajudam a controlar a demanda.