O Banco Central passará pela primeira dança de cadeiras desde o início do governo Dilma Rousseff, quando foi montada uma diretoria composta apenas por funcionários públicos de carreira.

CARREGANDO :)

Sai Carlos Hamilton, que está na diretoria de Política Econômica desde março de 2010. Em seu lugar, ficará Luiz Awazu Pereira da Silva, que atualmente comanda duas diretorias, Assuntos Internacionais e Regulação.

Para os dois postos que eram ocupados por Awazu foram indicados o economista Tony Volpon, atualmente diretor executivo da gestora de recursos japonesa Nomura Securities International, e Otávio Ribeiro Damaso, que hoje ocupa a chefia de gabinete e coordena a assessoria econômica do presidente do BC, Alexandre Tombini.

Publicidade

Volpon é o primeiro economista vindo do mercado financeiro a ocupar uma cadeira na diretoria do BC. Os diretores da instituição, junto com o presidente, formam o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão responsável por definir, por exemplo, a taxa básica de juros.

Desde o ano passado já se falava na saída de Hamilton que, segundo o BC, deixa o cargo a pedido. Ele era visto pelo mercado como o diretor mais "hawkish", termo derivado da palavra "falcão" em inglês e que é usado para definir uma postura de maior preocupação com a inflação. Awazu, por outro lado, é considerado um dos diretores mais resistentes às decisões de aumento de juros.

Segundo o BC, os nomes dos dois novos diretores ainda terão de ser submetidos ao Senado Federal.

Centro da meta

O novo diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, assume o cargo com a promessa, já reiterada da instituição, de levar a inflação para o centro da meta de 4,5% no final do ano que vem.

Publicidade

Em entrevista, Awazu admitiu que a inflação está elevada e assim deve permanecer no início deste ano. O discurso também é semelhante ao que vem sendo dito pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini.

"Especificamente em relação à inflação, que está e deverá se manter elevada no início deste ano, vou trabalhar focado no objetivo de trazê-la para a meta de 4,5% em dezembro de 2016", afirmou. Na avaliação de Awazu, ajustes no curto prazo terão como consequências efeitos positivos para a economia brasileira no médio e longo prazos.

Vale lembrar que a Selic está subindo desde outubro de 2014 e ainda há perspectiva consensual entre os agentes de que a taxa básica seguirá sendo ajustada, pelo menos em março. "Temos desafios macroeconômicos conhecidos no curto prazo que estão sendo enfrentados com rigor e determinação", observou o diretor.

Veja também
  • Economistas veem estagnação e inflação de 7,01% em 2015
  • Com Bolsa em queda, ouro lidera aplicações em janeiro
  • Conta média de luz residencial subirá quase R$ 9 com bandeiras tarifárias
  • Caderneta de poupança tem maior fuga de recursos já registrada pelo BC