O Banco Central anunciou nesta terça-feira que não atuará mais como custodiante do dinheiro no Brasil, concentrando sua atividade na regulação da oferta de cédulas e moedas.Parte significativa da movimentação diária de dinheiro em espécie no país já estava sob responsabilidade do Banco do Brasil, mas o BC ainda atendia a demanda em 10 capitais em que possui representação.
Um contrato assinado segunda-feira entre o BC e o BB transfere ao Banco do Brasil todo o trabalho de distribuição do dinheiro em solo nacional. Em 30 meses, o mercado de custódia será aberto a outras instituições financeiras.
- O BC quebrou o monopólio. Outros bancos poderão entrar nesse modelo de custódia, inclusive em parceria - disse o diretor de Administração do BC, João Antonio Fleury.
Os requisitos básicos para que um banco seja custodiante são ter instalações próprias e capilaridade.
- Não adianta um banco ter uma agência e querer ser custodiante - comentou Fleury.
Os principais objetivos com a terceirização da custódia do dinheiro, que permitirá economia anual de 22 milhões de reais ao BC, são aumentar a qualidade e a segurança do dinheiro em circulação e a oferta de troco.
De acordo com o BC, circulam diariamente no país 70 bilhões de reais em dinheiro vivo, frente a 9 bilhões de reais em junho de 1994, na implementação do Plano Real.
O surgimento de novos meios de pagamento eletrônicos, segundo representantes do BC, não reduziu o uso de dinheiro em espécie pela população, mas evitou um crescimento maior da base de cédulas e moedas em circulação.
O diretor do BC lembrou que na época de inflação alta todo o dinheiro virava troco porque perdia valor e não havia falsificação. Além disso, as pessoas aplicavam o dinheiro no sistema financeiro ou se apressavam em gastar o salário, devido à corrosão do poder de compra.
Até recentemente, o Banco do Brasil recebia percentual fixo de 0,016% sobre o valor da movimentação financeira pelo serviço de transporte do dinheiro. O BC alterou essa tarifa que agora pode variar e chegar a até 0,016 %.
O princípio adotado é que os pontos de menor custo para a chegada do dinheiro, como as grandes metrópoles, subsidiem as localidades onde a logística é mais escassa, como o interior do Amazonas, por exemplo.
Pelo novo modelo de custódia, além de regular a circulação de dinheiro, o BC entregará novas cédulas e moedas aos custodiantes, e receberá o dinheiro velho para destruição.Existem atualmente no país 11 bilhões de moedas e 3 bilhões de notas de todas as denominações, segundo o BC. A autoridade monetária defende o uso de moedas pela maior durabilidade e higiene, e prepara a terceira campanha publicitária para incentivar o uso de moedas, que deve ser lançada após as eleições. De acordo com Fleury, o governo gasta 300 milhões de reais por ano para produzir moedas e cédulas.
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