Se o ano terminasse hoje, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teria de escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicando as razões para o descumprimento da meta de inflação. Como a economia anda de lado, ele não poderia colocar a culpa na demanda forte. Também não há choque de oferta que explique a inflação alta, embora os alimentos tenham subido bastante no primeiro semestre. A aceleração dos preços é resultado de uma combinação de política fiscal frouxa (gastos do governo), mudança nas expectativas (mais gente achando que os preços vão subir) e reajustes em setores menos eficientes da economia (serviços).
Isso tudo apesar de o governo segurar o preço dos combustíveis e ter feito uma intervenção pesada no setor de energia elétrica. A carta do BC teria dificuldade em comprovar que a culpa não foi dele. Afinal, a autoridade monetária cortou os juros mesmo com a inflação acima da meta nos anos anteriores e acreditou na contabilidade criativa da União. Mas com tanta interferência em Brasília, seria possível dividir a responsabilidade e prometer que a meta será cumprida lá por 2016. Talvez 2017. Em 2015, vamos continuar acima dos 4,5%.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast