Se o ano terminasse hoje, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teria de escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicando as razões para o descumprimento da meta de inflação. Como a economia anda de lado, ele não poderia colocar a culpa na demanda forte. Também não há choque de oferta que explique a inflação alta, embora os alimentos tenham subido bastante no primeiro semestre. A aceleração dos preços é resultado de uma combinação de política fiscal frouxa (gastos do governo), mudança nas expectativas (mais gente achando que os preços vão subir) e reajustes em setores menos eficientes da economia (serviços).
Isso tudo apesar de o governo segurar o preço dos combustíveis e ter feito uma intervenção pesada no setor de energia elétrica. A carta do BC teria dificuldade em comprovar que a culpa não foi dele. Afinal, a autoridade monetária cortou os juros mesmo com a inflação acima da meta nos anos anteriores e acreditou na contabilidade criativa da União. Mas com tanta interferência em Brasília, seria possível dividir a responsabilidade e prometer que a meta será cumprida lá por 2016. Talvez 2017. Em 2015, vamos continuar acima dos 4,5%.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast