O Banco Central (BC) enxerga uma acomodação no crescimento do crédito no Brasil, como reflexo das medidas adotadas pelo governo. Segundo afirmou hoje o chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, quem for tomar um empréstimo hoje no sistema financeiro vai encontrar condições muito diferentes das observadas antes das medidas macroprudenciais adotadas pelo BC e da alta das taxas de juros. "As medidas macroprudenciais tiveram êxito para conter as modalidades de crédito que estavam com crescimento mais acelerado", avaliou.
Entre essas modalidades, ele citou o crédito consignado e de financiamento de veículos. Em sua avaliação, as medidas de restrição do crédito estão contribuindo para a acomodação do crescimento da economia e para a queda da inflação. Maciel destacou que a alta de concessões de crédito tem componente sazonal. Por isso, essa expansão precisa ser qualificada. O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC destacou que, além do componente sazonal, a base de comparação é deprimida.
Segundo ele, a forma mais adequada de analisar os dados de crédito divulgados hoje é observando o comportamento trimestral dos indicadores, que foge das influências sazonais e evidenciam a tendência. É com base nos números trimestrais, destacou o economista, que se pode observar que o estoque de crédito apresenta um ritmo menor, após a adoção das medidas macroprudenciais.
O número que o chefe do Depec destacou foi a queda de 8,9% da média diária de concessões de crédito no trimestre. "Estamos vendo uma acomodação do ritmo de crescimento do crédito", avaliou. Ele destacou ainda a interrupção do processo de dilatação dos prazos de financiamento.
Efeitos permanentes
Maciel disse que os efeitos das medidas macroprudenciais são permanentes no crédito - e vão continuar. Segundo ele, é natural que o impacto das medidas tenha sido maior no início. Maciel disse ainda que não observa reversão do processo de redução do ritmo de crescimento do crédito.
Ele avaliou que as medidas de alta de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos vão contribuir para a redução da oferta de crédito no País. Parte do dinamismo do crédito, segundo ele, vinha sendo sustentada pelas captações externas.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast