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Crise financeira

BC vê "estresse" e impactos "mais significativos" da crise nos emergentes

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou, por meio da ata de sua última reunião, divulgada nesta quinta-feira (6), que o período que antecedeu o encontro, ocorrido na semana passada, foi marcado por "severa intensificação" do "estresse" nos mercados financeiros internacionais. Acrescenta que, por conta disso, as repercussões da crise financeira sobre as economias emergentes se tornaram "mais significativas".

"O aumento da aversão ao risco, a partir de meados de setembro, após a quebra de importante instituição financeira norte-americana, levou as autoridades nos EUA, Europa e Oceania a intervir de forma inédita em seus sistemas financeiros, utilizando ampla gama de instrumentos, com vistas a assegurar condições mínimas de funcionamento e liquidez nos mercados monetários. Ainda que siga elevada a percepção de risco sistêmico, tais iniciativas, acompanhadas por programas de reforço da base de capital de instituições financeiras relevantes, parecem ter logrado restabelecer o funcionamento dos mercados interbancários", avalia o Copom, por meio da ata de seu último encontro.

O Banco Central nota que, em um ambiente de maior "aversão ao risco" e de "fluxos de capitais mais escassos", as pressões sobre moedas de economias emergentes se intensificaram - gerando subida do dólar no Brasil. "Nesse contexto, o recente anúncio de acordos de swaps de moedas entre o Federal Reserve dos EUA e o Banco Central do Brasil, assim como com a Autoridade Monetária de Cingapura, o Banco da Coréia e o Banco do México, deve contribuir para mitigar – sem, contudo, eliminar por completo – os impactos da turbulência financeira internacional sobre os mercados emergentes", avalia a instituição.

No que se refere ao cenário global, acrescenta o Copom, as "tendências contracionistas" (de crescimento econômico menor) parecem estar gradativamente prevalecendo sobre as pressões inflacionárias, que, todavia, continuam. "A visão dominante continua apontando para a expansão, em ritmo moderado, da economia mundial em 2008 e em 2009, mas os dados divulgados nas últimas semanas apontam para um enfraquecimento mais intenso e generalizado da atividade nas economias maduras", diz o BC.

A autoridade monetária avalia ainda que os problemas do sistema financeiro vêm sendo agravados por uma deterioração na qualidade do crédito, o que tende a reforçar a contração das condições financeiras e, por conseguinte, o risco de intensificação da desaceleração.

"Especificamente, a economia dos EUA entrou em período de desaceleração desde o último trimestre de 2007 e continua sofrendo o impacto da crise no setor imobiliário, com efeitos sobre o mercado de trabalho, cujo enfraquecimento, em combinação com o efeito riqueza negativo associado às quedas dos preços de ativos financeiros, tem afetado a confiança dos consumidores, contribuindo de forma importante para deprimir o dispêndio. A avaliação predominante é de que a atividade na Europa e no Japão deve continuar apresentando perda de dinamismo nos próximos meses", conclui o BC.

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