O Banco Central Europeu (BCE) interveio dramaticamente nos mercados de bônus nesta segunda-feira, cumprindo a promessa verbal de ajudar Espanha e Itália, para tentar evitar uma crise financeira na zona do euro.

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A compra de títulos pelo BCE -- único resultado prático da reunião realizada às pressas pelo G7 e o G20 -- derrubou os custos de financiamento dos governos italiano e espanhol.

Enquanto isso, as bolsas de valores globais desabavam, com os investidores preocupados após o histórico rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, fugindo para a segurança de ativos como o ouro e os bônus da Alemanha. Os índices de Wall Street caíam mais de 3 por cento.

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Operadores estimavam que o BCE tenha comprado cerca de 2 bilhões de euros em dívida italiana e espanhola, depois do acordo, no domingo, para ampliar o controverso programa de compra de bônus pela primeira vez, para incluir a terceira e a quarta maiores economias europeias.

"Os especuladores agora terão de pensar duas vezes antes de vender a descoberto bônus italianos e espanhois, sabendo que o BCE agirá contra eles", disse Shane Oliver, diretor de investimentos da AMP Capital Investors, um dos maiores gestores de fundos da Austrália.

Mas especialistas alertaram que o BCE terá de fazer compras de grande escala para produzir um impacto considerável, com a medida que enfrentou oposição de membros influentes do Conselho Executivo na semana passada.

"O BCE terá de comprar 320 bilhões de euros de bônus governamentais italianos e espanhois simplesmente para manter a mesma proporção de compras feitas nas dívidas de Grécia, Irlanda e Portugal até agora", disse Vincenzo Albano, analista da Reuters Insider Fixed Income.

Os spreads dos bônus italianos e espanhois sobre a dívida alemã diminuíram e o custo de proteger contra moratória a dívida de países periféricos da zona do euro caiu. Mas os credit default swaps da França atingiram a máxima recorde de 160 pontos-básicos, pois o rebaixamento dos EUA gerava dúvidas sobre por quanto tempo as economias "AAA", como a francesa, poderão manter os ratings máximos.

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Os investidores também voltavam a atenção para o que o Federal Reserve poderá dizer na reunião de política monetária que começa terça-feira, alimentando especulações de uma nova rodada de estímulos para ressuscitar a maior economia do mundo.

Os países do G7 -- EUA, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão -- disseram que, se necessário, agirão nos mercados de câmbio de forma conjunta porque "oscilações desordenadas ... têm efeitos adversos para a estabilidade econômica e financeira."