Análise
Salvar endividados custa menos
Londres - Fica mais barato socorrer os países em dificuldades do que deixar algum membro sair da zona do euro, mostra estudo elaborado pelo banco suíço UBS. Segundo os cálculos da instituição, o custo da retirada de um país da periferia do bloco seria de 40% a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro ano. "O custo econômico de uma dissolução supera dramaticamente o do salvamento dos membros mais fracos", afirma o economista Paul Donovan, um dos autores do estudo.
A crise de dívida faz surgirem cada vez mais comentários de que a Grécia poderia ser o primeiro país a deixar a zona do euro. Entretanto, essa opção não é vista como viável nem mesmo por "eurocéticos" como Donovan. Ele acredita que o euro nunca deveria ter sido criado, mas, já que ele existe, os países devem tornar a união monetária mais elaborada por meio de uma união fiscal. Ou seja, a solução passa pelo fortalecimento da zona do euro.
Pelos cálculos do banco, caso um país periférico deixe o euro, arcará com um custo de 9,5 mil euros a 11,5 mil euros por habitante no primeiro ano. Nos anos seguintes, o preço seria de 3 mil euros a 4 mil euros por habitante. Se um membro forte, como a Alemanha, desistir da moeda única, o custo seria de 6 mil euros a 8 mil euros por cidadão alemão no primeiro ano, o equivalente a 20% a 25% do PIB. Conforme o UBS, sairia mais barato socorrer Grécia, Irlanda e Portugal ao mesmo tempo, ao custo de mil euros por habitante. (AE)
Nova York - Em uma medida que lembra as adotadas logo após a quebra do Lehman Brothers, há três anos, cinco bancos centrais de países ricos anunciaram ação conjunta para garantir liquidez a instituições financeiras europeias. Os BCs da zona do euro, EUA, Japão, Reino Unido e Suíça vão, nos próximos três meses, fornecer uma linha ilimitada em dólar para os bancos europeus, que têm cada vez mais dificuldade de acesso a crédito.
O empréstimo tem prazo de três meses para ser pago, com taxas fixas, e os bancos podem levantar quanto desejarem, desde que apresentem garantias para quitá-lo. A ação coordenada vem para ajudar os bancos europeus que estão com dificuldades para conseguir financiamento por meio de fontes tradicionais, especialmente de longo prazo, devido ao temor da exposição dessas instituições com a dívida de países que podem dar calote.
Esse tipo de anúncio, envolvendo BCs de diversos países, foi comum nas semanas que se seguiram à quebra do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers. O grande temor é que os bancos europeus parecem estar sendo arrastados para uma nova crise à medida que as autoridades da zona do euro não conseguem chegar a uma solução definitiva para a crise da dívida da região. Com acesso cada vez mais restrito a crédito, eles podem também frear os empréstimos a consumidores e empresas, no que seria mais um difícil desafio para a retomada da economia.
Um sinal desse problema é que, nesta semana, dois bancos recorreram a uma linha em dólar do BCE, a segunda vez que isso ocorre em um mês a linha não vinha sendo usada desde fevereiro. Como essa linha cobra taxa maior que a de mercado, isso aponta dificuldades dos bancos de conseguir crédito.
Fraude
As ações de bancos reagiram bem ao anúncio. Os papéis do BNP Paribas tiveram valorização de 13,4%, e os do também francês Société Générale subiram em 5,4%. Bancos alemães e espanhóis também tiveram um dia de alta.
No entanto, o suíço UBS teve queda de 10,8% em Zurique um funcionário trabalhava com complexas operações de derivativos em um dos escritórios do banco em Londres foi preso ontem sob acusação de operações financeiras fraudulentas que causaram um rombo de US$ 2 bilhões ao banco.
O banco não quis revelar de que tipo eram as operações fraudulentas, mas afirmou que nenhum cliente será afetado. O rombo pode fazer com que o banco feche este trimestre com prejuízo. Também irá consumir quase toda a economia que o UBS pretendia obter com o fechamento de 3,5 mil vagas anunciadas no mês passado.
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