As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foram parcialmente paralisadas nesta segunda-feira (7) por um protesto de índios. Os impactos ambientais do empreendimento - um dos maiores investimentos atuais em infraestrutura do governo federal - motivaram a movimentação.
Cerca de 20 índios da etnia juruna, pintados e armados com flechas, bloqueiam desde as 4h a estrada de acesso ao sítio Pimental, um dos três canteiros da obra, situada no rio Xingu, a 50 km de Altamira (sudoeste do Pará). Não houve incidentes e os trabalhos no canteiro foram interrompidos.
Os índios reclamam que as águas do rio Xingu nas imediações das aldeias estão turvas em razão das obras, o que prejudica a pesca.
Segundo a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica e que tem o governo federal como principal acionista, os índios pediram R$ 300 mil para desbloquear a estrada. A reportagem não conseguiu contato com os manifestantes.
De acordo com a Força Nacional de Segurança, o bloqueio dos índios acontece na estrada Travessão 27, a quatro quilômetros da entrada do canteiro Pimental. Com o protesto, segundo o capitão Mailson Cordeiro, 15 ônibus foram impedidos de entrar na obra.
No local trabalham cerca de 4.000 pessoas. "Os índios estão prontos para guerra", disse o militar.
A Polícia Federal em Altamira informou que está monitorando o protesto, e que o grupo de índios é o mesmo que manteve dois funcionários da Norte Energia como reféns, em julho de 2012. A Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que enviou um funcionário à região para acompanhar o caso.
Em dezembro do ano passado, a Norte Energia anunciou a conclusão da parte mais polêmica da obra: uma ensecadeira (barragem provisória) para desviar o rio Xingu, o que abriu caminho para a construção da casa de força complementar da usina.
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