O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quarta-feira que as condições de financiamento para a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, serão mais favoráveis que as vistas nas usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
Segundo Coutinho, os detalhes destas condições de financiamento serão divulgadas na quinta-feira, poucos dias antes do leilão, previsto para 20 de abril.
"Estamos um pouco atrasados, mas estamos aperfeiçoando nossas condições para dar mais competitividade ao processo", disse Coutinho a jornalistas após a divulgação do desempenho do banco no primeiro trimestre do ano.
"Serão condições um pouco melhores (que Santo Antônio e Jirau) pelo tamanho e pela configuração do projeto", afirmou.
Coutinho explicou que, pelas regras de Basileia, o banco somente poderia financiar 13,5 bilhões de reais do projeto orçado em 19 bilhões de reais. Porém, para não comprometer as regras que limitam financiamentos diretos de um quarto do patrimônio de referência, o BNDES poderia usar agentes financeiros para complementar o valor.
"Normalmente, a gente chega a 70 por cento do financiamento do projeto, dependendo do custo e do tamanho, mas podemos fazer um financiamento direto e outro indireto, através da rede bancária que trabalha com a gente", disse o diretor de infraestrutura do banco, Wagner Bittencourt. "Pode ser um corporate finance ou project finance. Vai depender do vencedor do leilão."
Nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que tanto o prazo para as inscrições quanto do aporte das garantias de interessadas em participar do leilão da usina hidrelétrica, a terceira maior do mundo, foram adiadas de 14 para 16 de abril, sexta-feira.
O governo federal prevê a participação de ao menos dois consórcios, sendo o primeiro, já confirmado, formado por Andrade Gutierrez, Neoenergia, Votorantim e Vale.
Na semana passada, Camargo Corrêa e Odebrecht saíram da disputa. O preço-teto de 83 reais por megawatt-hora é criticado por investidores por ser considerado abaixo do esperado para garantir o retorno do investimento.
A usina de Belo Monte tem entrada em operação prevista para 2015 (1a fase) e 2019 (2a fase), e terá capacidade instalada 11 mil megawatts, com garantia física de 4.571 megawatts médios.
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