A Ambev receberá uma redução na base de cálculo de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para as cervejas e refrigerantes fabricados na unidade que irá construir em Ponta Grossa, de acordo com protocolo de intenções assinado ontem com o governo do estado. O benefício, de acordo com o vice-presidente de Relações Corporativas da companhia, Milton Seligman, será proporcional ao aumento de produção na medida que a fábrica ampliar o uso da capacidade instalada, pagará mais imposto, portanto.
As obras devem começar tão logo a Ambev bata o martelo em relação ao terreno onde irá se instalar, e a fábrica deve começar a operar em 2014, gerando 500 empregos diretos. A produção inicial será de 7 milhões de hectolitros. "Serão mil empregos gerados durante a fase de obras. A expectativa é que a fábrica cresça em cinco anos", comenta Seligman.
Representantes do governo apontaram que a disputa pela fábrica foi acirrada com estados vizinhos. Após várias reuniões, a empresa foi convencida com a promessa de redução na base de cálculo e do diferimento do ICMS (ou seja, a possibilidade de iniciar o pagamento tempos depois do início da operação). O investimento da Ambev na nova planta industrial será de R$ 580 milhões.
Fábricas "antigas"
A Ambev já tem duas unidades no estado, sendo que a fábrica de Curitiba, no bairro Rebouças, produz exclusivamente cerveja, enquanto que a unidade de Almirante Tamandaré produz somente refrigerante. Segundo a companhia, nada mudará nessas fábricas mais antigas até 2016. "Vai depender do mercado. Supondo que elas não sejam mais necessárias, temos a intenção de doar os terrenos para o Paraná. Essa questão está dentro do protocolo assinado com o governo, mas até 2016 não haverá nenhuma alteração", aponta Seligman. "Se tiver demanda para as unidades, se elas forem necessárias, não haverá qualquer mudança", conclui.
Segundo dados da empresa, em 2011 a Ambev vendeu 6 milhões de hectolitros de cerveja e refrigerante apenas no Paraná. No total, o volume de vendas da companhia passou de 165 milhões de hectolitros de bebidas no ano passado e a receita líquida foi de R$ 27,1 bilhões, 9,9% superior em relação ao ano anterior.