No começo de 2013, esperava-se mais da indústria. Mas o setor provavelmente fechou o ano passado com uma expansão modesta, pouco superior a 1%. O ponto favorável é que esse fraco crescimento foi sustentado pela produção de máquinas, equipamentos e veículos de carga bens que são destinados à fabricação de novos produtos, ao setor agrícola, à infraestrutura e à distribuição.
De janeiro a novembro, a produção dos chamados bens de capital (ou bens de investimento) cresceu 14,2% e impulsionou o desempenho da indústria. No período, o setor como um todo registrou expansão de apenas 1,4%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já sinalizando uma acomodação mais recente após o fim da safra recorde (que motivou muitos agricultores a comprarem máquinas em 2013) e uma menor demanda por caminhões (cujas vendas disparam com o subsídio do BNDES para a compra desse bem), a produção de bens de capital caiu 2,6% de outubro para novembro. Foi a única categoria com resultado negativo.
Em novembro, a indústria geral apresentou queda de 0,2% frente outubro. Para os técnicos do IBGE, os incentivos fiscais (redução de IPI) e o programa de financiamento à compra de máquinas, equipamentos e caminhões destinados à expansão de investimento na economia (o PSI) impulsionaram a produção de bens de capital.
O bom desempenho não se repete com categorias que dependem mais de renda, crédito e mercado de trabalho, todos em desaceleração em 2013. É o caso dos bens semi e não duráveis (alimentos, roupas, remédios e outros), que registram queda 0,4% de janeiro a novembro.
Para 2014, especialistas esperam um ano melhor e projetam um crescimento de cerca de 2% na produção da indústria. A expectativa é que o câmbio ajude o setor, ao ampliar exportações e reduzir a penetração de importados a custo mais baixo, uma tendência marcante de 2013.