O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, prometeu nesta quarta-feira, em discurso de emergência na Câmara dos Deputados, em Roma, conduzir reformas econômicas e virar o foco para políticas de crescimento econômico, num esforço para tentar acalmar os mercados financeiros, no momento muito preocupados com as dívidas públicas da Itália e da Espanha. A turbulência nos mercados ameaça arrastar a Itália, terceira maior economia da zona do euro, para a crise da dívida soberana.
Após um dia volátil nos mercados, no qual os custos de empréstimos da Itália tocaram uma nova alta recorde, Berlusconi disse no Parlamento que a Itália "não fez pouco" em resposta à crise. "Mas nós sabemos que existe mais por fazer". Ele discursou logo após o fechamento dos mercados na Europa. A Bolsa de Valores de Milão fechou em queda de 1,54% no índice FTSE-MIB.
A dívida pública italiana, atualmente de quase 120% do PIB e "um pesado legado do passado", irá automaticamente começar a cair em consequência do recém-aprovado plano para equilibrar o orçamento até 2014, disse Berlusconi. Ainda assim, afirmou, o crescimento econômico e do emprego são "essenciais", afirmou. Berlusconi disse acreditar que as negociações do governo com os sindicatos de trabalhadores, com os grupos que defendem os interesses dos empresários e com a oposição terão bom resultado. Essas negociações começam hoje. "Todos têm de arregaçar as mangas", afirmou.
Berlusconi disse que as medidas de austeridade, que na Itália significaram um corte de 70 bilhões de euros (US$ 99 bilhões) aprovado no mês passado no Parlamento, irão equilibrar o orçamento até 2014. Ele enfatizou que um plano de investimentos de 9 bilhões de euros do governo no empobrecido sul da Itália, aliado às medidas, será suficiente para promover o crescimento.