Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
crise mundial

Berlusconi promete sair se medidas de austeridade italianas forem aprovadas

Veja como fecharam as bolsas em vários lugares do mundo |
Veja como fecharam as bolsas em vários lugares do mundo (Foto: )
Notas feitas por Berlusconi durante a votação, com o número de votos que obteve, 308, e a expressão

1 de 1

Notas feitas por Berlusconi durante a votação, com o número de votos que obteve, 308, e a expressão

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, perdeu ontem a maioria no Parlamento e prometeu entregar o cargo se a Lei de Estabilidade – que junta o orçamento de 2012 às medidas de austeridade combinadas entre o governo italiano e a Comissão Europeia para debelar a crise no país e será votada na semana que vem – for aprovada. Berlusconi acertou sua provável saída ontem, em reunião com o presidente Giorgio Napolitano. O primeiro-ministro disse, mais tarde, que considera a antecipação das eleições gerais na Itália, previstas para 2013, como a "única opção" após sua renúncia, mas afirmou que essa é uma decisão que caberá a Napolitano.

Berlusconi perdeu sua maioria parlamentar na manhã de ontem, quando os deputados aprovaram a revisão do orçamento de 2010/2011 com 308 votos a favor e 321 abstenções – eram necessários 316 votos para fazer maioria. Os deputados do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda; da Itália dos Valores (IdV), de esquerda; e dos partidos de centro e direita dissidentes do governo Berlusconi compareceram ao plenário, mas não votaram, numa tática para mostrar que o premiê não possui mais a maioria.

Aliado, "ma non troppo"

"O governo não possui mais a maioria na Câmara, isso é um fato. Por isso eu pedi a Berlusconi que vá ao Quirinale [palácio presidencial]", disse mais cedo Pier Luigi Bersani, líder do PD. "Peço ao presidente do Conselho [Berlusconi] que perceba finalmente qual é a situação e tome uma medida. Peça demissão. Deixe com o presidente da República a busca de uma solução que ofereça ao nosso país a possibilidade de enfrentar esta emergência", disse Bersani à agência Ansa.

O principal aliado de Berlusconi, Umberto Bossi, líder da Liga Norte, pediu mais cedo a Berlusconi que renuncie e que seu herdeiro político, o ex-ministro da Justiça Angelino Alfano, seja nomeado primeiro-ministro de um governo de transição. Bossi é um aliado instável – em 1994, ele e a Liga Norte retiraram o apoio e derrubaram o primeiro governo Berlusconi, que durou menos de um ano.

Situação "preocupante"

Mais cedo, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, disse após o fim de uma reunião de ministros de Finanças da União Europeia que a situação na Itália é "muito preocupante". "A Itália tem registrado vários movimentos e não sabemos quais serão seus desfechos", disse ainda Rehn. Segundo ele, a Europa está "acompanhando a situação atentamente".

Também ontem, autoridades da Finlândia e da Áustria alertaram que a Itália é um país excessivamente grande para ser resgatado em um pacote de ajuda, a exemplo do que está sendo feito com a Grécia. "É difícil ver que nós, na Europa, teríamos os recursos para colocar um país do tamanho da Itália em um programa de resgate", afirmou o primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen, em discurso no Parlamento. A Itália tem uma dívida pública equivalente a 1,9 trilhão de euros (US$ 2,6 trilhões), a quarta maior do mundo, que equivale a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O peso da dívida no PIB só é inferior ao da Grécia, entre os países da União Europeia.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.