O presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, disse que o banco central norte-americano tem ferramentas para oferecer mais estímulo monetário à economia dos EUA, mas se recusou a dizer se efetivamente decidirá adotar uma dessas opções na próxima reunião de política monetária, que ocorrerá entre os dias 20 e 21 de setembro.
Num discurso preparado para um almoço no Clube Econômico de Minnesota, Bernanke disse que o Fed espera um fortalecimento lento e gradual na recuperação econômica dos EUA, mesmo depois de os membros do banco central reduzirem as projeções de crescimento para os próximos trimestres.
No mês passado, o Fed anunciou que pretende manter a taxa referencial de juro próxima a zero pelo menos até meados de 2013. Na próxima reunião de política monetária, os membros da instituição vão discutir quais são as opções disponíveis para estimular a economia e "estão preparados para empregar essas ferramentas conforme for apropriado", disse Bernanke.
Muitos investidores esperam que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) anuncie uma mudança na composição do balanço do banco central, com aumento no volume de títulos de longo prazo e redução nos papéis de menor duração. A medida, apelidada de "Operação Twist" pelo mercado financeiro, teria como objetivo oferecer suporte à economia por meio da redução nas taxas de juro de longo prazo.
Nesta quinta-feira (08), Bernanke não se comprometeu com nenhuma medida específica, apenas disse que o Fed possui "uma série de ferramentas que podem ser utilizadas para oferecer estímulo monetário adicional".
A Operação Twist seria uma das abordagens moderadas que estão na mesa do Fed. Uma opção mais agressiva e controversa seria anunciar uma terceira rodada de compras de títulos, aumentando o já inflado balanço do banco central, que atualmente soma US$ 2 325 trilhões. Outra alternativa seria diminuir em 0,25 ponto porcentual a taxa de juro paga aos bancos para deixarem dinheiro com o Fed.
Bernanke destacou diversos pontos fracos na economia, entre eles a fraqueza nos gastos dos consumidores e a maneira como os problemas com endividamento público nos EUA e na Europa afetaram a confiança das famílias e empresas norte-americanas nos últimos meses. Ele também comentou que o Fed espera que as expectativas de inflação sejam reduzidas com o tempo.
"Vemos indícios pequenos de que a taxa de inflação observada até agora neste ano ficou impregnada na economia", avaliou o presidente do Fed, sugerindo que mais estímulo monetário pode ser adotado sem o risco de uma explosão na inflação. As informações são da Dow Jones.
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