O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, disse que a exposição direta dos EUA a uma possível moratória da Grécia é "pequena", mas ressalvou que o risco de contágio é significativo, caso a moratória seja declarada.
"Se houvesse um fracasso em resolver aquela situação, ele traria ameaças para o sistema financeiro europeu, o sistema financeiro global e a unidade política europeia. Acho que os europeus entendem a importância incrível de resolver a situação grega", afirmou Bernanke durante a entrevista coletiva posterior à reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed. Ele acrescentou que os reguladores do sistema bancário dos EUA estão monitorando de perto a evolução da situação na Grécia.
Orçamento
O presidente do Fed disse que cortes grandes e imediatos no Orçamento do governo dos EUA provavelmente prejudicariam a criação de empregos no país. "A maneira mais eficiente e efetiva de lidar com nossos problemas fiscais - e eu acredito que isso é extremamente importante - é adotar uma perspectiva de prazo mais longo, e não focalizar os cortes pesadamente no curto prazo", afirmou Bernanke, na entrevista coletiva posterior à reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed.
Para Bernanke, um plano com credibilidade para reduzir déficits orçamentários futuros evitaria que os juros subissem e faria crescer a confiança. "Se focalizarmos inteiramente o curto prazo eu não acho que essa seja a maneira correta de proceder", afirmou o presidente do Fed. Ele também disse que a economia já está vendo "freios fiscais" com os cortes de despesas adotados pelos governos estaduais e municipais e com a retirada dos programas federais de estímulo.
Reinvestimento
Bernanke disse que o banco central norte-americano não sabe quando deixará de reinvestir no mercado de Treasuries os rendimentos obtidos com os títulos que possui em seu balanço.
Quando questionado sobre o motivo de o Fed não ter divulgado um cronograma para o fim desses reinvestimentos, Bernanke disse: "isso é algo que temos na mesa, algo sobre o qual pensamos", e que a decisão de manter os rendimentos obtidos com títulos no balanço do banco central sinalizaria o primeiro passo de um afastamento das políticas monetárias acomodatícias. As informações são da Dow Jones.