O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o governo Lula ficará devendo a meta fixada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de atingir uma taxa de investimento de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Segundo ele, a projeção da equipe do Ministério do Planejamento é de que a taxa ficará em 19% em 2010.
Bernardo afirmou, no entanto, que o ritmo de investimento está forte e que será possível atingir a meta do PAC "logo, logo". Sobre a preocupação com um crescimento muito acelerado, o que se tornaria insustentável, Bernardo destacou que o governo não quer travar o avanço da economia. Mas ele disse que é preciso que o crescimento ocorra sem aumento da pressão inflacionária.
O ministro lembrou que já há sinais na economia que requerem cuidado, como a falta de mão de obra especializada. "Temos que balizar o crescimento casado com a inflação controlada, para sustentar um crescimento de 5% nos próximos sete ou oito anos", afirmou. Bernardo disse ainda que o ritmo da economia já diminuiu em relação ao primeiro trimestre, mas a expansão neste ano será de pelo menos 6%.
Segundo o ministro, a economia está indo bem e o governo está tomando todos os cuidados para evitar um contágio com os desdobramentos da crise, que ainda afetam a Europa. Ele destacou que o Brasil precisa, nos próximos anos, fazer mais investimentos nas áreas de logística e infraestrutura, melhorar o ambiente regulatório e aumentar a poupança interna, para que o crescimento ocorra em um cenário mais favorável.
Projeções
O ministro do Planejamento disse ainda que o governo terá que refazer as contas em relação às projeções de crescimento da economia em 2010, que oficialmente é de 5,5%. Bernardo afirmou que "dificilmente" o País terá um crescimento menor que 6% neste ano. "Vamos crescer 6%, com certeza. Teremos que refazer as contas. Está difícil hoje dar menos que 6%", afirmou.
Segundo ele, a equipe do Ministério do Planejamento trabalhava com a previsão de um crescimento do PIB de 2,4% no primeiro trimestre, ante o quarto trimestre de 2009. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados hoje, mostraram que a expansão foi de 2,7%. "As ações do governo e a confiança dos agentes econômicos na economia brasileira vão nos levar a uma direção segura, com certeza", completou.