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Política econômica

Berzoini reclama do câmbio e pede queda mais rápida dos juros. Marinho diz que BC 'bobeou'

Em um dia de mais uma queda histórica do dólar - que voltou a fechar na menor cotação em nove meses - o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), pediu que o governo adote medidas para conter a valorização excessiva do real frente a moeda americana.

Berzoini, que esteve reunido com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o partido está preocupado também com as "taxas de juros elevadas" no país.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também criticou a condução dos juros pelo Banco Central.

- Acho que o Banco Central está bobeando. Ele bobeou ao desacelerar o ritmo de redução dos juros - disse o ministro, acrescentando que a taxa de juros no país é elevada, o que provoca valorização do real em relação ao dólar:

- É um debate que o BC precisa enfrentar de uma vez por todas - afirmou.

Segundo Berzoini, os juros precisam cair mais rapidamente, o que ajudaria a deixar o câmbio mais equilibrado e aumentaria a competitividade da indústria nacional. Num encontro com Mantega, Berzoini também convidou o ministro a fazer uma apresentação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) na reunião da Executiva do PT, no próximo dia 26.

- Falamos sobre economia, sobre a preocupação do partido com a necessidade de uma queda mais rápida da taxa de juros básica da economia e o impacto que essa taxa pode continuar a ter no câmbio, que evidentemente nos preocupa em relação à indústria brasileira e à competitividade das exportações de vários setores - disse o presidente do PT depois da reunião.

Berzoini afirmou que a redução dos juros pode não ser a única alternativa para resolver a questão cambial:

- Mas precisamos ter equilíbrio de modo que a taxa de câmbio não prejudique setores importantes da economia que competem ou no mercado interno ou no externo com concorrentes ágeis, que têm taxas mais favoráveis.

Berzoini afirmou que os bancos públicos precisam ter uma ação mais ousada na redução dos spreads (diferença entre quanto o banco paga para captar a a quanto ele empresta) e no aumento do crédito no país. Sem citar nomes, ele ressaltou que os dirigentes dessas instituições também precisam ter um compromisso com o PAC e com o crescimento da economia.

- O Banco do Brasil, a Caixa (Econômica Federal) , o BNDES, o BNB e o Basa têm sido elementos importantes no nosso governo para reduzir o spread bancário e ampliar o volume de crédito. Mas como nós somos eternamente insatisfeitos, queremos ainda mais - afirmou.

Sobre os rumores de que o ex-deputado e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto estaria cotado para assumir o comando do BNDES, Berzoini disse apenas:

- O ex-ministro Delfim Netto é um deputado que teve uma atuação importante na Câmara e, se for convidado para alguma função, é uma pessoa que tem biografia para isso.

Segundo um estudo realizado pelo Banco Central e divulgado em janeiro, a taxa média dos juros bancários caiu ao menor nível, em 2006, desde o ano 2000. No entanto, o recuo do spread bancário ainda foi menor que o da taxa média.

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