O economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), José Juan Ruiz, advertiu neste domingo que a baixa produtividade, em grande parte pelos elevados níveis de informalidade da economia, vai afetar o crescimento dos países latino-americanos nos próximos anos.
Ruiz disse em entrevista coletiva realizada na Costa do Sauípe, na Bahia, onde hoje termina a 55ª assembleia anual do BID, que o crescimento da região, que a instituição avalia em torno de 3,5% de média até 2018, a deixará atrás do resto do mundo.
"Se a América Latina vai crescer 3,5% enquanto a economia mundial que vai continuar crescendo a taxas de 4% a 4,5%, vai estar abaixo do rendimento médio da economia mundial e não vai ter possibilidade de ganhar terreno e protagonismo", disse Ruiz.
"Possivelmente, taxas de 3,5% não são suficientes para poder cumprir as expectativas e os desafios sociais que tem por objetivo", acrescentou o economista-chefe do BID.
Ruiz explicou que o empecilho das economias latino-americanas e caribenhas é "a baixa produtividade", em grande parte provocada pela informalidade de suas economias e as deficiências em infraestruturas.
"Entre 1961 e 2013, a América Latina gerou mais empregos e investiu mais que os EUA. Concretamente, 37,5% a mais. Mas, no entanto, teve uma queda em sua renda relativa com os EUA de aproximadamente 10%", explicou.
"Isso não é um problema só da América Latina em relação aos EUA. Quando se faz a comparação com os países emergentes da Ásia, se reproduz de forma mais acentuada", frisou.
Ruiz qualificou como "urgente" a necessidade dos países da região de aproveitar a recuperação da economia mundial para "empreender melhorias nas reformas da produtividade".
Se houver melhora na produtividade, cada país crescerá 1,5% a mais por ano durante uma década. E além disso, a região em seu conjunto "teria um bônus" de crescimento de 0,8%.
Desta forma, América Latina e Caribe se situariam nos níveis de crescimento esperados para o resto do mundo.
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