América Latina busca atrair investimentos privados para infraestrutura

A América Latina está cada vez mais com a atenção voltada para o setor privado para que ajude a financiar um déficit de 200 bilhões de dólares por ano em investimentos em infraestrutura que está prejudicando o crescimento na região.

Autoridades financeiras que participam de reuniões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Panamá afirmaram que uma melhor infraestrutura, de rodovias a portos, é uma das maiores necessidades da América Latina.

No entanto, orçamentos apertados limitam a contribuição do poder público, deixando autoridades em busca de um maior envolvimento privado. "Há um potencial tremendo", disse o presidente do Banco Central da Colômbia, José Darío Uribe. "Um dos gargalos para o crescimento que temos na Colômbia é a infraestrutura inadequada, e isso não é um problema só para o crescimento".

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Os bancos centrais da América Latina têm menos espaço de manobra do que em 2008 para lidar com a previsão de crescimento mais lento para a região nos próximos anos, afirmou neste domingo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O BID afirmou que políticas anticíclicas que alguns países adotaram para lidar com a crise global podem ser mais expansivas do que o necessário, dada a melhora em algumas economias, e destacou a necessidade de reformas profundas que poderiam ajudar a região até mesmo a superar o sudeste asiático.

"Não temos o mesmo espaço fiscal e monetário que tínhamos em 2008", disse o economista-chefe do BID, José Juan Ruiz, destacando orçamentos mais fracos, taxas de juros mais baixas e apreciação monetária.

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O BID afirmou que uma combinação de políticas fiscais mais duras e taxas de juros mais baixas podem ser a combinação apropriada, mas que os países podem impulsionar o crescimento ainda mais através de reformas estruturais --como a melhora da produtividade e economias domésticas.

A expectativa é de um crescimento anual de cerca de 3,9 por cento para a América Latina e o Caribe para 2013/2017, bem abaixo dos 4,8 por cento alcançados entre 2003/2007, disse o banco. Mas se todos os 14 países da região adotarem reformas para melhorar a produtividde, aumentar as economias, reduzir o tamanho do mercado informal e melhorar a infraestrutura, o crescimento regional pode chegar a 6,2 por cento, completou o BID.

"Isso mais do que compensaria o crescimento mundial menor e aumentaria a performance de crescimento da América Latina e Caribe acima do projetado para o ASEAN-5", afirmou o relatório, referindo-se aos principais membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático --Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã.