Um convênio entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Itaipu Binacional garantirá o repasse de US$ 500 mil para a elaboração do pré-projeto de viabilidade da integração das bacias hidrográficas Paraná-Tietê e Paraná-Prata. A iniciativa, encampada pela Associação Comercial de Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi) há quase dez anos, prevê a transposição da barragem da hidrelétrica de Itaipu, ligando o reservatório ao leito normal do Rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai.Conforme o Termo de Referência assinado no fim de agosto, a binacional será a responsável por acompanhar o processo que resultará nos estudos de viabilidade econômica, ambiental e técnica da chamada Hidrovia do Mercosul. Entre as alternativas estão a instalação de três portos um às margens do lago, outro abaixo da usina e um no Rio Iguaçu , desviando a barragem por um trecho rodoviário, e a construção de eclusas.
O processo de licitação deve ser iniciado até o final do ano, com a contratação da empresa que elaborará o pré-projeto já em janeiro. O estudo apontará a melhor alternativa para a integração das duas hidrovias e dará suporte à abertura de uma nova concorrência pública, dessa vez para a elaboração do projeto com a descrição e recursos necessários para a obra.
Desenvolvimento
O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, ressalta que as melhorias na infraestrutura de transporte da região fazem parte dos 31 pontos acordados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, em julho, em Assunção. Mais que a ampliação da hidrovia Paraná-Tietê, explica, a cooperação assumida deve contemplar a extensão de ramais ferroviários, através dos quais será possível fazer uma ligação de Paranaguá até os portos chilenos, passando pelo Oeste do Paraná.Cerca de 30% mais econômico que o transporte rodoviário, o modal hidroviário é um dos mais utilizados em países como Estados Unidos, China e Itália. Samek lembra que, nesse setor, o Brasil corre na contramão do desenvolvimento mundial. "Temos cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas e rodovias, pouco mais de 30 mil quilômetros de ferrovias e menos de 20 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, o inverso de muitos países."