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Criptomoedas

Bitcoin derrete e chega ao menor valor em 13 meses — US$ 4,2 mil

Bitcoin: de US$ 19,7 mil para US$ 4,5 mil em menos de um ano. | /Bigstock
Bitcoin: de US$ 19,7 mil para US$ 4,5 mil em menos de um ano. (Foto: /Bigstock)

Pela primeira vez em 13 meses, a cotação do bitcoin ficou abaixo de US$ 5 mil. Na manhã desta terça-feira (20), a criptomoeda mais popular do mundo valia cerca de US$ 4,2 mil, segundo a CoinDesk, menor valor desde o pico atingido em 17 de dezembro de 2017, de US$ 19,7 mil. Em 2018, o bitcoin já desvalorizou 65%.

Samuel Maurer, analista do Bitcoin Banco, explica que, em geral, quedas pontuais no valor das criptomoedas são desencadeadas por uma notícia negativa, mas que desta vez foi um conjunto de fatores que derrubou o bitcoin — e, com ele, praticamente todas as demais criptomoedas.

Um dos fatores mais fortes, segundo Maurer, foi o “hard fork” (divisão) do bitcoin cash, uma moeda alternativa derivada do bitcoin original, há menos de uma semana. No jargão tecnológico, um “hard fork” significa um “racha”, uma divisão forçada de um projeto quando dois ou mais grupos envolvidos no desenvolvimento divergem de maneira irreconciliável.

Apesar da origem e do nome, a divisão do bitcoin cash não tem relação direta com o bitcoin original. Criada em 2017 também a partir de um “hard fork”, o bitcoin cash trouxe mudanças em sua estrutura que permitiram a realização de mais transações por segundo — um dos pontos fracos do bitcoin e que, alegam os críticos, o inviabiliza como moeda corrente e para enfrentar soluções institucionalizadas, como as operações de cartão de crédito.

Na última quinta (15), grupos com interesses divergentes levaram o bitcoin cash ao “hard fork”. A moeda se dividiu em bitcoin cash ABC e bitcoin cash SV. “Quando nasce uma moeda, ela tende a nascer com um preço bem baixo”, explica Maurer. “Os investidores podem migrar do bitcoin para essa nova moeda na esperança de que em alguns meses possa realizar lucro” e isso, como consequência, desvaloriza as criptomoedas mais estabelecidas.

Anderson Nery, CEO da Wuzu, startup curitibana especializada em ativos digitais, concorda: “[O ‘hard fork’] movimentou os players da indústria, como mineradores e grandes detentores de moedas, e acabou impactando indiretamente o bitcoin ‘core’ [original]. Os players da indústria são os mesmos; esse desalinhamento faz com que o público em geral tenha dúvida sobre o futuro do próprio desenvolvimento do mercado de criptomoedas”.

Outros fatores

Quanto aos fatores relacionados que contribuem para a tendência de baixa, Nery argumenta que a espera pela regulação do mercado de criptomoedas nos Estados Unidos e o baixo interesse dos investidores institucionais norte-americanos estão complementam o cenário. Falta uma “grande notícia positiva” sobre o bitcoin para trazer de volta a confiança: “O mercado [de criptomoedas] cresceu muito pouco em volume de utilização nos últimos seis meses. Essa inércia pode ter feito com que qualquer notícia externa tivesse uma influência grande e negativa no preço do bitcoin”, explica.

Há espaço para mais desvalorização? “É possível que sim”, diz Nery. De acordo com o executivo, a alta concentração de criptomoedas nas mãos de poucos investidores faz com que as turbulências, tanto para baixo quanto para cima, sejam violentas. Ele não se arrisca, porém, a fazer prognósticos. E nota que, passada a euforia das criptomoedas no final de 2017, outros mercados já exploram as tecnologias de bastidores delas, como o imobiliário, de infraestrutura e de energias renováveis.

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