Consumo
Por descontos, curitibanos fazem fila
Renan Araújo, Especial para a Gazeta do Povo
Os curitibanos fizeram filas em frente às lojas para aproveitar as ofertas da Black Friday que chegam a até 70% para alguns produtos, ontem de manhã. As redes com maior movimento de consumidores eram as de eletrodomésticos, mas também foi possível encontrar promoções em lojas de vestuário, óticas, telefonia e joalherias.
Muitos clientes foram atraídos pela promessa de descontos e deixaram para decidir o que comprar na hora, sem uma pesquisa ou necessidade prévia. Foi o caso do coordenador Alisson Ferreira. "Vim para comprar móveis, mas ainda vou dar uma olhada nos produtos para saber o que comprar. Tem alguns com até 45% de desconto, então, tem de aproveitar", afirma.
Já outros clientes, que foram às compras pensando em um produto específico, ficaram decepcionados com os descontos oferecidos. A aposentada Rute Bittner procurava por um ferro elétrico após ter visto uma oferta em uma propaganda na televisão, mas considerou que o preço ainda estava alto demais.
Muitos consumidores, no entanto, compraram diversos produtos. O caixa Kelvin Bardalles levou comprou vários itens, como panela elétrica, GPS, tablet e liquidificador.
Com o aumento de vendas na Black Friday, os consumidores enfrentaram, pelo quarto ano, dificuldades para acessar sites, impossibilidade de concluir as compras e aumento prévio de preços antes de dar desconto. O site Reclame Aqui, canal on-line para queixas, registrou 7,6 mil reclamações até as 18h30 entre as 320 empresas cadastradas nos portais que aderiram à Black Friday horas antes de o evento acabar.
No ano passado, durante toda a promoção, foram 8,5 mil reclamações entre as 245 empresas (sendo 65 lojas físicas) que participaram da data. As empresas que lideraram o ranking de queixas até esse horário eram Americanas.com, Submarino, Saraiva, NetShoes e Kabum! . "A expectativa é fechar em 12 mil queixas neste ano. Foi 1 milhão de acessos neste ano, ante 523 mil em 2013. O consumidor buscou mais ofertas, mas também reclamou mais quando se sentiu lesado", afirma Felipe Paniago, diretor do Reclame Aqui.
Os principais problemas relatados foram produto ou serviço anunciado indisponível, sites intermitentes (falha na página) e mudança de preço na hora de finalizar a compra.
Vendas
Em 36 horas, encerradas ao meio-dia de ontem, o comércio eletrônico faturou R$ 638 milhões, de acordo com a consultoria E-bit, no primeiro levantamento parcial. É uma alta de 56% em relação ao mesmo período do evento no ano passado. Mantido esse ritmo de vendas, é provável que o festival de descontos chegue à cifra de R$ 1,2 bilhão.
Houve alta procura nos sites inclusive de madrugada, o que fez com que vários portais tivessem problemas de funcionamento durante a noite. "Quase todas as [grandes] lojas caíram", diz Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit. Segundo a consultoria, os consumidores postergaram as compras deste mês para comprar na Black Friday.
"Neste ano houve uma mudança de comportamento dos consumidores virtuais em relação ao ano passado. Nas duas últimas semanas, houve uma redução no ritmo de compras de bens de consumo de maior valor agregado, já que as pessoas se motivaram pela chegada da Black Friday", comenta Guasti.
O valor do tíquete médio nas compras da sexta-feira, até às 12 horas de ontem, foi de R$ 600. O dado também surpreende se comparado ao previsto, de R$ 355 para este ano. Os produtos que mais colaboraram para a alta do faturamento foram smartphones, TVs, notebooks, eletrodomésticos, console de games e tablets.
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