A BM&FBovespa trabalha para se tornar a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado entre o final de 2011 e o início de 2012, afirmou o presidente-executivo da instituição, Edemir Pinto, nesta sexta-feira.
A companhia está atrás do CME Group, com o qual reforçou uma parceria já existente, e da Hong Kong Exchanges & Clearing em valor de mercado.
A instituição anuciou acordo nesta sexta-feira em que investirá 620 milhões de dólares para elevar sua participação no CME de 1,8 para 5 por cento.
A BM&FBovespa espera que o incremento de participação na operadora norte-americana ajude a última linha do balanço da empresa, via equivalência patrimônial, disse Carlos Kawall, vice-presidente financeiro.
Kawall também explicou que, entre as alternativas para financiar a ampliação da parceira, está a captação de recursos no mercado doméstico ou mesmo internacional. "Deve ser alguma alternativa de renda fixa, isso também melhora nossa estrutura de capital, que hoje é totalmente em equities", disse.
Edemir Pinto afirmou que a bolsa teria caixa próprio para o pagamento, mas reiterou que o funding deve ser um mix entre esses recursos e dívida. "Está afastada qualquer possibilidade de emissão primária de ações para financiar os custos."
A expectativa dele é que a assembléia de acionistas para concluir o acordo e definir a forma de financiamento possa ocorrer em abril.
O negócio também envolve uma série de cooperações em tecnologia de operações de negócios, com investimentos de cerca de 175 milhões de dólares pela BM&FBovespa ao longo de 10 anos.
Oportunidades
"A partir de agora, em conjunto, vamos identificar oportunidades de acordos no mundo", disse Edemir Pinto a jornalistas.
Questionado sobre os focos principais de crescimento e internacionalização, ele afirmou que "tudo está no nosso farol, exceto a Cetip", que chegou a ser um alvo antes do processo de desmutualização.
O executivo citou que os três principais segmentos para os quais a bolsa brasileira está olhando são: abrir o mercado local de ações para investidores de varejo internacionais; atrair grandes players globais, principalmente os que trabalham com alta frequência; e fornecimento de serviços e know-how para mercados de países em desenvolvimento, como os da América Latina.
Segundo ele, a bolsa paulista também estuda um projeto para oferecer às empresas brasileiras que estão na BM&FBovespa a possibilidade de serem listadas em bolsas na Ásia, algo que permitiria operações durante 24 horas. "Isso ainda está em desenvolvimento... a ideia é buscar um piloto, um mercado (asiático) que tenha mais visibilidade para começar o projeto."
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