Banco investiu R$ 18 bilhões nas empresas "campeãs"
A estratégia de criar campeãs nacionais surgiu há seis anos, como um plano do BNDES para incentivar fusões e aquisições de empresas. Para os defensores da política, é necessário fortalecer algumas companhias para permitir que enfrentem a concorrência em um mundo globalizado. Em seis anos, o BNDES investiu R$ 18 bilhões nos grupos eleitos, mas os resultados foram controversos. Os críticos dizem que, ao escolher campeões, o governo concentra mercado, não atinge o objetivo de internacionalização e tira recursos de setores que precisam de apoio. Entre os exemplos de empresas que receberam recursos do BNDES para comprar rivais ou se fundirem com concorrentes estão os frigoríficos JBS e Marfrig, a fabricante de celulose Fibria, a operadora de telefonia Oi, a companhia de produtos lácteos LBR e os grupos de tecnologia Totvs e Linx. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abandonou a controvertida política de criação de "campeãs nacionais". A informação é do presidente da instituição, Luciano Coutinho, que não concorda com o uso desse termo. "A promoção da competitividade de grandes empresas de expressão internacional é uma agenda que foi concluída", disse Coutinho, em entrevista exclusiva na sexta-feira, 19, na sede do BNDES em São Paulo.
Ele afirma que a política tinha "méritos" e chegou "até onde podia ir", porque o número de setores em que o País tem potencial para projetar empresas líderes é "limitado". O economista citou os segmentos de petroquímica, celulose, frigoríficos, siderurgia, suco de laranja e cimento. "Não enxergo outros com o mesmo potencial", frisou. Segundo ele, o BNDESPar, braço de investimentos do banco em empresas, está focado em setores inovadores, como tecnologia da informação, farmacêutico e bens de capital.
O incentivo às "campeãs nacionais" começou há seis anos no governo Lula, quando Coutinho já ocupava o cargo de presidente do BNDES. Com empréstimos em condições generosas e compras de participação, o banco injetou cerca de R$ 18 bilhões nos frigoríficos JBS e Marfrig, na Lácteos Brasil (LBR), na Oi, e na Fibria, conforme levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo. Algumas dessas empresas estão em situação financeira delicada, como a LBR, que pediu recuperação judicial, e o Marfrig.
Ele afirmou que "poucas instituições são tão transparentes quanto o BNDES" e garantiu que divulga todas as operações, respeitando o sigilo bancário. Por isso, não comentou a exposição do banco às empresas de Eike Batista, que sofrem uma crise de confiança, Disse apenas que está "tranquilo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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