O BNDES anunciou nesta quinta-feira (5) que vai facilitar o acesso ao crédito e diminuir os custos apenas para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e projetos que tragam benefícios para a sociedade, como nas áreas de infraestrutura, saneamento, inovação e saúde. Entre as principais mudanças, estão o uso da taxa TJLP, com juros de 7,5%, a ampliação de prazos e a concessão mais rápida de crédito.
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, disse que o banco tem dois olhares, um no curto prazo e outro no médio e longo prazos, e que passará a trabalhar com duas linhas, uma incentivada e outra padrão. “Fizemos uma simplificação, uma convergência das linhas. Agora, são duas linhas, uma incentivada e outra padrão. Precisamos ter mais capilaridade. Por isso, estamos aumentando a classificação de porte das MPEs, que passou de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões. Mais 1,5 milempresas passarão a ter acesso”, explicou a presidente em coletiva de imprensa.
No caso da linha incentivada, as pequenas empresas poderão usar até 60% em TJLP. No caso do padrão, haverá uma participação máxima de 80% a taxas de mercado. Assim, o projeto é analisado e classificado como “incentivado” ou “padrão”. Dessa forma, se antes um projeto tinha um projeto com uma participação máxima de 35% de TJLP agora pode chegar a 80%. “Os recursos de TJLP serão destinados para infraestrutura, MPE, saúde e saneamento”, destacou Maria Silvia. “Isso é o mais importante e mostra uma mudança no BNDES.”
Prazo no financiamento
Ela destacou ainda que haverá aumento do prazo de financiamento. Ela citou o Finame, que passará de cinco para dez anos. Maria Silvia destacou ainda que o prazo de concessão de crédito será mais rápido. “Isso é importante porque não temos mais empréstimo de curto prazo. Por isso, estamos contratando uma consultoria para isso, para acelerar essa concessão.”.
O Banco passará a aceitar recebíveis como garantias de empresas que não tenham garantias reais. Maria Silvia também anunciou a redução do limite de operações diretas, que caiu de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões .
“O BNDES sempre apoiou setores da economia. E estamos fazendo uma transição forte, Agora passará a focar no tipo do projeto e não no setor. E isso é um incentivo horizontal em todos os setores. Um projeto de inovação, por exemplo, seja em química ou serviços, terá o mesmo tratamento independente do setor. Atuar na economia de forma horizontal. Como teve a convergência das mídias, muitos setores estão convergindo, assim como a indústria e serviços, e o comércio eletrônico com o varejo. O mundo é convergente, e as fronteiras são cada vez mais difusas”, afirmou Maria Silvia.
Metas
A presente também explicou que haverá uma espécie de quadro de “metas” que vai monitorar os resultados das empresas que tomam crédito. “Vamos conseguir medir os impactos dos projetos que o Banco apoio e o resultados para a sociedade. Assim, o banco vai poder retroalimentar sua atuação. Vamos criar uma área para avaliar isso. Em projetos acima de R$ 1 bilhão com a contratação de uma avaliação externa.”
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