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Construção

BNDES aprova empréstimo de R$ 1 bilhão para usina de Belo Monte

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quarta-feira (22) que foi aprovado um empréstimo-ponte no valor de R$ 1,08 bilhão à Norte Energia, que arrematou o projeto de construção da usina de Belo Monte em leilão, para o projeto de implantação da hidrelétrica.

De acordo com o BNDES, os recursos serão utilizados na compra de materiais e de equipamentos nacionais, além do pagamento de serviços de engenharia e de estudos técnicos para a instalação da usina. O projeto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo.

O empréstimo-ponte é um adiantamento de recursos a título de pagamento inicial das encomendas para a fabricação de máquinas e equipamentos necessários ao projeto, a fim de garantir o cumprimento do cronograma da obra, estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), informou o BNDES.

A operação para concessão de financiamento de longo prazo, enquadrada na modalidade de "project finance", está em análise pelo BNDES e depende da conclusão do processo de licenciamento do projeto. "Nenhuma obra civil ou instalação de equipamentos será realizada no local da usina antes da obtenção do devido licenciamento ambiental e da licença de instalação do empreendimento", acrescentou a instituição.

Usina de Belo Monte

Localizada no rio Xingu, no município de Vitória do Xingu (PA), Belo Monte será a segunda maior usina do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu, e custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal. Há especulações, porém, de que a obra poderia custar até R$ 30 bilhões. O governo, porém, está oferecendo benefícios fiscais (desconto de 75% no pagamento do IR) aos compradores, além de empréstimo (80% da obra será financiada pelo BNDES).

A hidrelétrica ocupará parte da área de cinco: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira é a mais desenvolvida e tem a maior população dentre essas cidades, com 98 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os demais municípios têm entre 10 mil e 20 mil habitantes. A previsão é de que a primeira unidade geradora da Hidrelétrica de Belo Monte entre em operação comercial em fevereiro de 2015.

Uma das críticas ao projeto se refere ao impacto ambiental que a obra poderá causar. Outra reclamação diz respeito à capacidade de geração de energia. Segundo dados do governo, o rio Xingu perde vazão – quantidade de água – no verão, época de seca. Por conta disso, a expectativa é de que Belo Monte, que terá capacidade instalada de 11.233 MW, tenha uma geração média de 4.500 MW. Em época de cheia pode-se operar perto da capacidade e, em tempo de seca, a geração pode ir abaixo de mil MW. Para críticos da obra, isso coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.

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