O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira o primeiro financiamento a projetos de energia no âmbito do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que reduziu as taxas de retorno do banco.

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A Suez Energy do Brasil, unidade brasileira da franco-belga Suez Energy, foi a primeira beneficiada das novas regras e recebeu R$ 570,2 milhões, financiados com taxa anual de 1 por cento mais Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje de 6,5 por cento ao ano. O prazo foi de 14 anos, com carência de seis meses após o início do projeto.

Antes do PAC, a taxa era de 1,5 por cento ao ano mais TJLP.

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A empresa vai construir a hidrelétrica São Salvador, em Tocantins, com capacidade para gerar 241 megawatts, sendo que 148 megawatts médios já estão contratados. O investimento total é de 847,7 milhões de reais e a previsão é de que entre em operação em 2011.

A concessão de São Salvador ocorreu em 2001, mas as obras só começaram no ano passado devido às mudanças das regras do setor elétrico ocorridas no início do governo Lula e pela demora na liberação de licença ambiental.

"Estamos muito satisfeitos, porque é o nosso primeiro projeto de energia aprovado no âmbito do PAC, com condições mais favoráveis na taxa de juros", disse Demian Fiocca.

Ele ressaltou que a licitação de navios da Transpetro e outros projetos de infra-estrutura também já foram beneficiados pelas novas regras de financiamento, sem saber informar quais seriam esses projetos ou o valor desembolsado.

O presidente da Suez Energy do Brasil, Maurício Bahr, afirmou que além de São Salvador vai recorrer ao banco para outros projetos, como a usina de Estreito, no rio Tocantins, na divisa com o Maranhão.

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"Vamos continuar a investir no Brasil. Além de São Salvador queremos viabilizar agora a usina hidrelétrica de Estreito, um dos maiores investimentos hidrelétricos do Brasil depois de Belo Monte e Madeira", afirmou o presidente da Suez Energy do Brasil, Maurício Bahr.

Ele informou que vai solicitar ao BNDES recursos para financiar o projeto, avaliado em 3,3 bilhões de reais e que vai gerar 1.087 megawatts.

"Estamos negociando as obras civis. Tão logo isso esteja concluído vamos pedir ao BNDES", disse.

"Esperamos resolver isso até junho para iniciar as obras ainda este ano, caso contrário por questões hidrológicas, deixaremos para começar no ano que vem", complementou.

Bahr revelou que está avaliando a realização de outros empreendimentos, como a produção de energia por co-geração em usinas voltadas para produção de etanol.

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"Já temos alguns pedidos em consulta no BNDES, estamos analisando oportunidades em São Paulo e no Mato Grosso, temos três projetos em carteira", explicou.

As usinas do Rio Madeira, Santo Antonio e Jirau, com capacidade para mais de 6 mil megawatts, também estão na mira de Bahr, segundo o executivo.

"É um projeto interessante e estamos aguardando que a governança seja equacionada", disse referindo-se a pendências governamentais, como a concessão da licença ambiental, para conhecer melhor o projeto e decidir.