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BNDES desembolsa o recorde de R$ 92 bilhões em 2008

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) bateram recorde pelo quinto ano consecutivo e somaram R$ 92,235 bilhões em 2008, valor 42% maior que o liberado em 2007. O valor, bem acima dos R$ 80 bilhões inicialmente previstos pelo banco, foi atribuído parcialmente pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, à contração do crédito privado e externo durante a crise e aos esforços da instituição para ampliar seus recursos e sustentar os investimentos.

Para 2009, a previsão do banco é desembolsar R$ 120,8 bilhões. Outros R$ 136,2 bilhões são esperados para o ano que vem. Coutinho explicou que a expectativa do banco é de que o mercado de crédito melhore em algum momento e, nesse caso, não seria necessário para a instituição utilizar todos os recursos, o que considera positivo.

Os R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional para o BNDES anunciados este mês pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, constituem uma linha de crédito e "serão usados parcimoniosamente", segundo Coutinho, "na medida em que houver necessidade", afirmou.

No ano passado, as aprovações do BNDES foram de R$ 121,371 bilhões, 23% a mais do que em 2007, reforçando a tendência de aumento de liberações para o ano que vem. Os pedidos formais de apoio ao banco estatal, as chamadas consultas, alcançaram R$ 175 905 bilhões no ano, com crescimento de 39%, e os enquadramentos chegaram a R$ 117,039 bilhões, com alta de 33% ante 2007. Tanto no caso das consultas quanto no dos desembolsos, houve uma redução dos valores mensais em relação a setembro, mês em que a crise internacional se agravou.

O banco somou na conta dos desembolsos uma parcela de R$ 1,357 bilhão referente a "outras operações de mercado" a desembolsos de R$ 90,878 bilhões. De acordo com o diretor da instituição João Carlos Ferraz, o acréscimo é referente a operações de mercado secundário. As previsões para 2009 e 2010 foram feitas sem as outras operações de mercado, segundo Ferraz.

Crise

O BNDES anunciou, como parte das medidas contra a crise financeira internacional, a inclusão das médias empresas entre as que podem ter refinanciamento de operações dos agentes financeiros (Refin), repassadores de recursos do BNDES, e outras modificações para favorecer as micro e pequenas empresas."Isto é muito importante porque a crise afeta muito cadeias de pequenas e médias empresas, como por exemplo fornecedores de autopeças e de bens de capital", disse Coutinho, lembrando que as micro, pequenas e médias empresas geram grande parte dos empregos no País.

Dentro do programa Refin, as médias empresas, que agora poderão ter refinanciamento com os recursos do banco, terão até 12 meses de prazo com seis meses de carência. As micro e pequenas tiveram o seu prazo ampliado de 24 para até 36 meses, com carência de 12 meses. Coutinho anunciou que a instituição decidiu ampliar em 25% os recursos iniciais de cada agente repassador para operar o Refin.

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