O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou que o prazo do financiamento de US$ 11,9 bilhões obtido com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para garantir os investimentos previstos para este ano será de 30 anos. Segundo ele, o fato de o empréstimo ser de longo prazo dá tranquilidade para a companhia investir em crescimento sem colocar em risco a qualidade da situação financeira da estatal, que hoje está entre as empresas consideradas de baixo risco, as "chamadas grau de investimento".
Os US$ 11,9 bilhões a serem emprestados pelo BNDES para Petrobras correspondem a cerca de R$ 25 bilhões, ou seja, um quarto de todo o recurso repassado recentemente pelo Tesouro Nacional para incentivar a economia brasileira nesse período de escassez de crédito por conta da crise internacional. Além desses US$ 11,9 bilhões para 2009, existem outros US$ 5 bilhões, que a Petrobras está negociando com o mercado deverão servir como empréstimo-ponte, disse Barbassa. "A ideia é transferir a dívida para o mercado de capitais", afirmou o diretor. Segundo ele, o empréstimo está sendo fechado e deverá estar disponível na conta da Petrobras em cerca de um mês. "Não podemos revelar os nomes das instituições bancárias, porque temos oferta de mais de US$ 5 bilhões", disse.
Segundo Barbassa, o empréstimo-ponte prevê que os bancos desembolsem os US$ 5 bilhões agora para que a Petrobras atue no mercado de capitais (emissão de bônus) "no momento em que achar mais conveniente". O valor será pago aos bancos em 120 meses (10 anos). O custo da operação não foi revelado.
Barbassa revelou que o BNDES já sinalizou que pode repassar outros US$ 10 bilhões em 2010. "A empresa vai aumentar o endividamento, isso é inevitável. Mas está sendo feito em padrões saudáveis, não está sendo feita de forma irresponsável", disse.
Gabrielli explicou que a Petrobras pode optar por abrir mão do dinheiro do BNDES no ano que vem caso o preço do petróleo fique acima de suas projeções e também se a companhia conseguir reduzir muito seus custos. Ele admitiu que os valores de referência considerados no plano de investimentos são "os mais conservadores do mercado". "Muitos analistas nos acham conservadores demais", disse. Ele acredita que o preço do barril deve superar os US$ 40 apontados no plano, mas diz que neste valor os projetos contemplados são remunerados.
"Estamos sendo mais conservadores do que os bancos em geral. Estamos incluindo um ponto imponderável que é a manutenção dos custos elevados, com base no terceiro trimestre de 2008, e o atual valor do barril bem baixo. Nós sabemos que os custos estão apenas começando a capturar a queda do valor do barril e devem também cair", disse.