O governo brasileiro vai retirar seu apoio à união entre Pão de Açúcar e os ativos do Carrefour no Brasil, disse uma fonte do governo na segunda-feira.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) originalmente concordou em ajudar a financiar o acordo com quase 4 bilhões de reais.
Mas o forte protesto contra a transação vindo do grupo varejista francês Casino, que divide o controle do Pão de Açúcar e é ferrenho concorrente do Carrefour na França, trouxe cautela ao governo brasileiro sobre o caso.
Pela proposta que tem sido defendida pelo presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, o BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, entraria com 1,7 bilhão de euros na operação, enquanto o BTG Pactual participaria com 800 milhões de euros.
Em 28 de junho, foi revelada uma proposta orquestrada por Diniz --com apoio do BNDES-- para unir o Pão de Açúcar à unidade brasileira do Carrefour.
Inicialmente, autoridades do governo brasileiro saíram em defesa do negócio, mas depois mudaram o discurso e passaram a manifestar publicamente uma posição de neutralidade, indicando que cabia aos sócios privados do Pão de Açúcar se acertarem.
A união de Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil criaria um grupo com cerca de 27 por cento do varejo nacional.
Diniz em reunião do Casino
Diniz viajou na segunda-feira a Paris e participará de reunião do Conselho de Administração do Casino, do qual é membro desde 1999, na manhã de terça-feira, informou a assessoria do empresário.
'Abilio Diniz estará à disposição durante a reunião para explicar os méritos que ele enxerga na proposta apresentada de associação do Carrefour com o Pão de Açúcar', informou.
Diniz e Casino trocaram farpas nas últimas semanas depois que a mídia noticiou a aproximação do empresário brasileiro ao Carrefour.
O Casino já fez dois pedidos de arbitragem internacional contra Diniz por se sentir traído, argumentando que era necessário seu consentimento para busca de fusões e aquisições envolvendo o Pão de Açúcar.
O empresário brasileiro e o Casino dividem o controle do Pão de Açúcar por meio da Wilkes. Pelo acordo de acionistas da Wilkes, o Casino tem o direito de assumir o controle da varejista brasileira em 2012.
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