Pressionado por mais transparência por inúmeros segmentos da sociedade brasileira, o BNDES tornou público na internet, nesta terça-feira (2), todos os contratos de exportação de serviços de engenharia a países entre 2007 e 2015, totalizando US$ 11,9 bilhões, incluindo Cuba e Angola. O anúncio foi feito pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.
Coutinho anunciou, ainda, que nas próximas semanas a instituição colocará no site dados sobre 1.753 contratos, no valor de R$ 320 bilhões, em operações domésticas. “No link BNDES Transparente (no portal do BNDES), as operações estarão na internet, com o resumo do projeto, o valor financiado, a taxa de juros, o prazo, as garantias, a moeda, os custos e as formas de apoio”, disse.
Ele assegurou que o sigilo bancário das empresas será preservado. Citou como informações que não podem ser divulgadas a estratégia de negócios, a situação financeira da empresa, se há uma alavancagem maior ou menor, a estrutura de endividamento e a análise do balanço – o que origina o rating ou nota de crédito.
“Essa análise é baseada em informações fornecidas pela empresa relativas à sua intimidade. Outros componentes [a serem preservados] são as condições legais e cadastrais das pessoas físicas, os contenciosos com a Receita e a Justiça e informações que dizem respeito à estratégia comercial de negócios”, completou Coutinho.
Segundo ele, no caso das operações internacionais, até então eram publicadas informações consolidadas por exportador e país de destino, com as datas de contratação. Doravante, serão conhecidos os exportadores – como CNPJ –, além dos demais dados imanentes ao projeto. Coutinho assegurou que será respeitado o sigilo bancário das empresas.
“O BNDES está dando um grande passo em matéria de transparência, com a decisão de desclassificar determinadas informações. A instituição se tornou a instituição financeira mais transparente entre os bancos de desenvolvimento e bancos oficiais de exportação do mundo inteiro”, enfatizou.