Boates e prostíbulo chegaram antes

Embora ainda não haja movimentação concreta para o início dos projetos, a região da Ponta do Poço não está deserta. Logo no início da área da Melport/Cattalini há uma série de casas simples, algumas ocupadas por famílias, outras por boates. A dona de casa Maria de Lourdes vive com seus filhos no local há seis anos e disse ter sido surpreendida recentemente por representantes da Cattalini, que colocaram estacas para uma nova cerca ao lado de sua casa, onde ela tinha uma horta. "Não há nenhuma clareza sobre a forma que teremos de sair, isso deixa todos muito preocupados, pois sabemos que seremos expulsos das nossas casas em breve. Não vamos ficar quietos, eles vão ter de trazer uma boa solução pra gente", disse. A Gazeta do Povo procurou a empresa, mas a pessoa indicada para dar entrevista está em viagem e não pode se pronunciar.

Na vizinhança, um conjunto de cerca de 20 casebres é conhecido, já há algum tempo, no município como Cachaçal. Por ali, a prostituição chegou "antes do progresso", como se diz por lá. A proprietária de uma das boates, que pediu para não ter seu nome identificado, disse que depois da chegada da Techint, que fica a 900 metros dali, a "casa" nunca mais ficou vazia. No local, algumas das prostitutas tiveram filhos recentemente e a precariedade é tão grande que alguns programas são trocados por caixas de leite.