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Indústria Aeroespacial

Boeing 737 Max, envolvido em dois acidentes, deve voltar aos céus até dezembro

Boeing 737 Max
Boeing 737 Max decola do aeroporto de Renton (EUA), em 2016 (Foto: Mike Kane/Bloomberg)

Os Boeing 737 Max, no chão desde março, após dois acidentes fatais em cinco meses, devem voltar aos céus até dezembro, disse um alto funcionário da Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês), o órgão regulador da aviação comercial nos Estados Unidos.

Não é possível dar uma data precisa, à medida que o trabalho avança nas correções de segurança para a aeronave, disse Ali Bahrami, administrador associado de segurança da aviação da FAA, durante uma entrevista em uma conferência em Colônia (Alemanha).

Enquanto a FAA está "sob muita pressão", ele disse que o Max voltará a voar "quando acreditarmos que seja seguro", após revisões do projeto, testes de vôo e outras verificações. Bahrami estava relutante em fornecer um cronograma, mas, perguntado se o avião retornaria ao serviço este ano ou no próximo, disse que as declarações do CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, afirmando que o avião voltaria aos céus até o final de 2019 eram corretas.

Saber quando a versão mais nova do 737 voltará a voar ajudará as empresas aéreas a lidar com a interrupção causada pela suspensão dos voos do modelo mais popular da Boeing. A FAA disse que não há prazo para homologar a solução da Boeing para o jato.

Muilenburg disse, na semana passada, que esperava que o Max voltasse ao ar até o final do ano.

A American manteve o avião fora de sua programação de voos até 3 de setembro, enquanto a Southwest Airlines e a United estão buscando retomar os voos da Max no início de agosto.

A Boeing está finalizando uma correção de software para um mau funcionamento do sistema de controle de voo, relacionado aos acidentes envolvendo a Lion Air e a Ethiopian Airlines, bem apresentará uma proposta de um novo treinamento para os pilotos. Um total de 346 pessoas morreram nos acidentes, que ocorreram com cinco meses de intervalo.

A FAA não é o único regulador que controla o retorno do Max aos céus. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação também está examinando as mudanças da Boeing, um processo que não será concluído até o final de julho, disse o diretor Patrick Ky em outra entrevista. A agência está considerando a possibilidade de exigir treinamento adicional em simulador para pilotar o Max, bem como possíveis mudanças no projeto, disse ele.

A Boeing reduziu sua taxa de produção para o modelo em dez aviões por mês, para 42. A companhia pretendia aumentar a produção para 57 aviões por mês no segundo semestre do ano.

A fabricante de aviões, sediada em Chicago, enfrentará uma perda estimada de US$ 1,4 bilhão, por causa de voos  cancelados e no lucro operacional das companhias aéreas, se o Max ainda estiver parado no final de setembro, disse George Ferguson, analista da Bloomberg Intelligence.

Até terça-feira, as ações caíram 18% desde a queda do avião da  Ethiopian Airlines, em março.

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