A Boeing propôs pagar US$ 3,8 bilhões à Embraer para ter 80% da nova empresa que deve ser criada caso o acordo entre as duas companhias seja aprovado.
Em memorando de entendimento divulgado nesta quinta-feira (5), as empresas afirmam que a transação avalia em US$ 4,75 bilhões a totalidade das operações e serviços de aviação comercial da companhia brasileira, que ficaria com 20% da joint venture.
“A expectativa é que a parceria proposta seja contabilizada nos resultados da Boeing por ação, no início de 2020, e gere sinergia anual de custos estimada de cerca de US$ 150 milhões — antes de impostos — até o terceiro ano”, diz o comunicado conjunto.
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“Ao formarmos essa parceria estratégica, estaremos muito bem preparados para gerar valor significativo para os clientes, empregados e acionistas de ambas as empresas — e para o Brasil e os Estados Unidos”, disse, em nota, Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing.
Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer, disse que o acordo com a norte-americana vai criar “a mais importante parceria estratégica da indústria aeroespacial”.
“A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados”.
Equipe
As companhias afirmam que, se o negócio for aprovado, a joint venture na aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO, enquanto a Boeing terá o controle operacional e de gestão.
A joint venture, ainda segundo o comunicado, “será um centro de excelência da Boeing para o desenvolvimento de projetos, a fabricação e manutenção de aeronaves comerciais de passageiros e será totalmente integrada à cadeia geral de produção” da empresa”.
“A Boeing e a joint venture estarão aptas a oferecer uma linha abrangente e complementar de aeronaves de passageiros de 70 a mais de 450 assentos, além de aviões de carga, oferecendo produtos e serviços do mais alto nível para melhor atender uma base global de clientes”, diz a nota.
As companhias destacam que uma outra joint venture será criada para promover e desenvolver novos mercados e aplicações para produtos e serviços de defesa, em especial o cargueiro C-390, da Embraer.
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse, em nota, Nelson Salgado, vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores da Embraer.
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Boeing e Embraer ainda irão finalizar os detalhes da parceria pelos próximos meses. Depois, o acordo ainda depende de aprovações regulatórias e acionistas, incluindo o governo brasileiro.
A previsão é que a transação seja concluída até o fim de 2019.
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