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Boicote de anunciantes ao Google por conteúdo ofensivo é restrito no Brasil

Anunciantes insatisfeitos com o Google. | KAREN BLEIER/AFP
Anunciantes insatisfeitos com o Google. (Foto: KAREN BLEIER/AFP)

Para se blindarem da possibilidade de ter seus anúncios exibidos ao lado de vídeos com conteúdos ofensivos, multinacionais como Pepsico e Johnson & Johnson criaram uma política global em relação ao Google. Com isso, a veiculação de suas publicidades brasileiras em plataformas da gigante de tecnologia também foi interrompida.

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A Johnson & Johnson informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a intenção é garantir que a publicidade de suas marcas não apareça em canais que promovam conteúdo ofensivo e que seja consistente com os valores da companhia.

A Pepsico disse ter ficado preocupada e desapontada “com a inserção de anúncios de nossas marcas em vídeos que promovem o ódio e têm conteúdo ofensivo”. A empresa removeu suas propagandas de todas as plataformas do Google, com exceção da ferramenta de busca. “A Pepsico tem o histórico de promover a diversidade e a inclusão; conteúdos como este violam nossos valores fundamentais.”

Multis como a farmacêutica GSK e a agência francesa de publicidade Havas também anunciaram o boicote ao Google. No Brasil, porém, o impacto da medida adotada por essas companhias foi parcial.

A Havas, uma das que se posicionou de maneira mais radical em relação ao caso, informou que o boicote só vale para o material que produziu para clientes do Reino Unido. Em nota, a agência informou que o movimento é temporário e que foi realizado em nome dos clientes daquele país e de suas necessidades.

A reportagem apurou que não houve casos de anúncios brasileiros veiculados ao lado dos vídeos questionados e que as medidas adotadas pelo Google depois do escândalo têm capacidade de impedir 90% dos problemas semelhantes.

Uma das brechas que permitiram que propagandas aparecessem próximas a conteúdos ofensivos foi o modo como os anunciantes podem definir quem receberá seus conteúdos. Essa definição pode ser feita, por exemplo, por perfil de público. Se uma companhia quer que sua propaganda seja transmitida para homens de 20 a 30 anos e uma pessoa com esse perfil decidir assistir um filme com conteúdo ofensivo, ela poderá ser também alvo da campanha do anunciante.

Medidas

O Google emitiu um comunicado em que afirmou ter iniciado uma revisão de suas políticas de anúncios e assumiu o compromisso de implementar mudanças que forneçam às marcas mais controle sobre onde seus anúncios são exibidos. “Embora saibamos que nenhum sistema é 100% perfeito, acreditamos que são passos importantes para trazer mais segurança às marcas de nossos anunciantes”, informou.

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