De Santa Catarina para o mundo Santa Catarina não tem só um grande potencial turístico. O estado tem indústria forte e competitiva, especialmente no setor têxtil.
Neste contexto desponta a AMC Têxtil, da família Menegotti, dona das marcas Colcci, Sommer, Carmelitas e Coca Cola Clothing. Outro que se destaca é o Grupo Marisol, detentor das grifes Lilica Ripilica, Tigor, Marisol, Pakalolo, Mineral e que recentemente adquiriu parte da Rosa Chá. Foi-se o tempo das camisetinhas de malha. O Marisol agora participa da Semana de Moda de Nova Iorque. A empresa também foi uma das patrocinadoras do Fashion Rio semana carioca de moda e se prepara para abrir cinco lojas da Lilica na Europa, a primeira delas em Milão, na Itália.
Pinheiros por coqueirosCorre à boca pequena no Paraná o comentário de que a Britânia Eletrodomésticos está de malas prontas para se mudar de vez para o Nordeste. A fábrica paranaense, que comemorou 50 anos em 2006, diz que as atividades continuam em sua matriz de São José dos Pinhais e de que tudo não passa de boato. "A produção está maior lá na Bahia por uma questão de sazonalidade", diz Sandra Gapski, gerente de recursos humanos da empresa, que tem cerca de 700 funcionários no Paraná. Em busca do mercado consumidor nordestino e dos incentivos fiscais baianos, a Britânia abriu sua segunda unidade no fim de 2003 no município de Camaçari, região metropolitana de Salvador, onde emprega mais de 300 pessoas.
A nota de CuritibaA onda de melhoria na percepção do risco do Brasil chegou a Curitiba. A agência de rating Moodys, que avalia o risco de se comprar papéis de empresas e governos, elevou a nota da cidade ela passou de Ba3 para Ba2 para dívidas em moeda estrangeira. Isso significa mais facilidade para a cidade obter financiamentos e emitir títulos. A escala da Moodys tem como classificação mais alta a Aaa. A mais baixa é a C. Curitiba faz parte de um grupo de cinco governos brasileiros avaliados e tem nota igual aos estados de São Paulo e Ceará. Fica à frente do município do Rio de Janeiro. Minas Gerais vem em último.
Ranking da Moodys 1) Curitiba Ba22) São Paulo Ba23) Ceará Ba24) Rio de Janeiro Ba35) Minas Gerais B2
Ainda especulativa O rating de Curitiba está uma posição acima do brasileiro, que é Ba3. Também é melhor que o de capitais de países em desenvolvimento, como Moscou e Buenos Aires. Mesmo assim, ainda está entre os investimentos considerados especulativos. Apenas empresas privadas brasileiras de primeira linha, como Embraer, Vale do Rio Doce, Petrobras e alguns bancos têm avaliações acima da obtida pelo município. Elas atingiram o nível de "investment grade", ou seja, uma nota em que são consideradas bastante seguras para investidores.
Briga de vizinhosAgora é oficial: o governo da Argentina declarou procedente, na última quarta-feira, a abertura de investigação sobre a existência de dumping nas exportações brasileiras de armários de madeira para roupas. O pedido foi feito pela indústria argentina Cuyo Placas S.A. e envolve mais de dez empresas brasileiras, a maior parte do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No entanto, para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel), Domingos Rigoni, a acusação afeta todos os fabricantes brasileiros de móveis. A entidade agora prepara a defesa do setor, que deve ser apresentada em 45 dias. A Argentina ocupa o quinto lugar na pauta de exportações de móveis brasileiros e, neste ano, comprou cerca de US$ 15,5 milhões em produtos. Em 2005, foram exportados US$ 46,9 milhões em móveis para o país vizinho.
De peso-pesado a médio A Volvo brasileira, que tem sede em Curitiba, serviu de laboratório para a matriz na parceria da montadora com o grupo francês Renault. A companhia sueca comprou em 2001 a divisão de caminhões da Renault. O primeiro resultado prático do negócio foi o lançamento de uma linha de caminhões semipesados no Brasil uma area de negócios em que a companhia não estava presente. Das afinidades nasceu a linha VM brasileira. Os estudos, em especial no que se refere ao design da cabine, serviram de base para os novos caminhões FL e FE, lançados na semena passada na Europa. Assim como ocorreu no Brasil, a Volvo pretende agora crescer nessa linha. A empresa é a segunda do mundo em caminhões pesados, mas amarga um distante nono lugar no ranking dos semipesados.
CasamenteiroNa cabeça das transformações está Jorma Halonen, um finlandês fluente em sete idiomas, que já foi presidente da operação brasileira da Scania. Há um ano e meio ele vem se empenhando em estreitar os laços da companhia com o Oriente, e tem tido bons resultados. Em março, a Volvo comprou 13% da Nissan Diesel, japonesa. Agora, Halonen empenha-se na aquisição de 50% da Dong Feng, companhia chinesa que é a terceira do mundo no segmento de médios. O namoro inclui duas viagens por mês à China.
Imóvel sob medida Como todas as modas importadas, o nome vem em inglês. O "built to suit", ou, em português castiço, construído por encomenda, é a mais recente modalidade de transação imobiliária a aportar nestas terras. E chega a reboque de um negócio de R$ 61 milhões entre a filial brasileira da incorporadora internacional de imóveis Hines e a DHL Exel Supply Chain, braço de logística da multinacional. A companhia, famosa por entregar cartas expressas, é especializada em levar e trazer de tudo um pouco neste caso, suprimentos da Kraft Foods.
Fôlego de sobra Apesar do nome complicado, o negócio é simples: a Hines construiu uma fábrica de 43 mil metros quadrados e a DHL paga o aluguel. Outro projeto já fechado pelas duas empresas é um edifício com as mesmas dimensões, também para operar suprimentos da Kraft, em Louveira, no interior de São Paulo. O negócio da Hines com a DHL parece grande, mas está longe de exaurir a capacidade de investimento da gigante multinacional das incorporações. Graças a uma parceria com um fundo de pensão norte-americano, o grupo tem a bagatela de US$ 200 milhões para apostar no Brasil nos próximos oito anos. Detalhe: o fundo é dos funcionários públicos da Califórnia, ensolarado estado dos Estados Unidos governado pelo "ator" austríaco Arnold Schwarzenegger. Fôlego é isso.