Embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tenha admitido que a economia não crescerá os 3,8% que estavam sendo esperados pelo governo para o ano, o boletim "Economia Brasileira em Perspectiva", divulgado nesta sexta-feira, manteve a estimativa. Elaborado por cinco secretarias do Ministério da Fazenda, o documento afirma que a demanda interna e os investimentos vão continuar crescendo e garantirão o dinamismo da atividade no país apesar do agravamento da crise internacional. A estimativa para o crescimento do PIB de 2012 também foi mantida em 5%.
Diante da estagnação da economia no terceiro trimestre, Mantega disse no início da semana que uma alta de 3,8% não era mais "alcançável" e que o mais provável seria que o PIB fechasse o ano com uma alta em torno de 3,2%. Para 2012, a previsão do ministro foi de uma alta entre 4% e 5%.
O documento da Fazenda afirma que a demanda interna terá um crescimento de 4,7%, sendo que o percentual deve subir para 5,6% no ano que vem. "A demanda doméstica continuará a ser o principal condutor da expansão econômica em 2011 e 2012", afirma o texto, que também aponta a importância dos investimentos para o dinamismo da economia. Segundo o boletim, os investimentos em infraestrutura no país devem registrar uma alta de 54% entre 2011 e 2014, atingindo R$ 381 bilhões no período.
No cenário externo, o trabalho cita que uma pesquisa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que mostra que, apesar do aumento da aversão a risco, o Brasil é o terceiro mercado mais atrativo para Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), perdendo apenas para China e Índia.
Para a inflação, o documento segue as projeções do Banco Central e afirma que os índices de preços devem convergir para o centro da meta (de 4,5%) no período 2012-2013. De acordo com o boletim, o IPCA terminará 2011 em 6,4% e 2012 em 4,7%.
