O governo boliviano informou nesta sexta-feira (20) que as exportações de gás natural para o Brasil e a Argentina foram reduzidas em 20%, devido a danos no sistema de gasodutos provocados por manifestantes na província de Gran Chaco.

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A diminuição do bombeamento de gás, que poderia se agravar a partir do domingo, foi realizada após uma redução forçada da produção de gás no campo de San Alberto, operado pela Petrobras, que caiu de 10 milhões de metros cúbicos diários para apenas 3,4 milhões, informou um executivo da estatal boliviana YPFB.

Na segunda-feira, milhares de moradores iniciaram uma paralisação cívica reivindicar uma maior entrada dos recursos provenientes do gás para o país, através da nacionalização de hidrocarbonetos implementada desde o ano passado pelo governo de Morales, com bloqueios nas rotas em direção à Argentina e Paraguai. Os manifestantes tomaram duas estações de bombeamento de gás, uma no município de Villamontes e outra no vizinho Yacuiba, ambas de uma filial da holandesa Shell.

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"Isso fez com que tivéssemos que reduzir as exportações para Cuiabá, para o contrato com a Comgás (distribuidora de São Paulo) e para a Argentina, por meio da empresa Enarsa", informou Sebastián Daroca, executivo da YPFB.

Segundo ele, as invasões de estações de bombeamento de gás durante os últimos dias, por parte dos manifestantes que pedem participação nas receitas geradas pela exploração de gás na região, limitaram a capacidade de armazenamento de líquidos do campo de San Alberto, que acaba provocando uma redução da extração de gás.

Segundo Petrobras, fornecimento está normal

Apesar das declarações das autoridades bolivianas, a Petrobras informou nesta sexta-feira que o fornecimento de gás natural proveniente da Bolívia está normal para o Brasil. A empresa admitiu no entanto que existe a ocupação por manifestantes em áreas próximas aos ativos da estatal brasileira naquele país.

"(Os manifestantes) não ocuparam os ativos da Petrobras no campo de San Alberto, apenas uma área que liga o campo à planta de processamento de gás", informou um assessor da Petrobras.

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Durante toda a semana, manifestantes na Bolívia ameaçaram cortar o fornecimento de gás para a Argentina e promovem protestos na região de Gran Chaco, de onde vem a maior parte dos 26 milhões de metros cúbicos de gás exportados diariamente ao Brasil.

A empresa informou que existem alternativas de planos de contingenciamento para o caso de corte do fornecimento, mas que não trabalha com essa hipótese.

O Ministério de Minas e Energia informou também que não tem informações, até o momento, de qualquer interrupção ou redução no fornecimento.