A Bolívia informou nesta segunda-feira que a Argentina é a terceira prioridade para seus envios de gás natural, depois do mercado interno e do Brasil, segundo contratos assinados e que estão vigentes atualmente.
O ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, afirmou em Santiago que a ordem das prioridades para a Bolívia mudará gradualmente à medida que forem realizados mais investimentos no setor energético do país.
"Não há uma prioridade deliberada, e sim que os contratos estabelecidos atualmente afirmam tanto ao Brasil quanto à Argentina que a principal prioridade é o mercado interno, a segunda é o Brasil e a terceira é a Argentina", garantiu Villegas.
"O governo argentino sabe disso com exatidão. Conversamos na semana passada, e em 7 de dezembro voltamos a nos reunir em Santa Cruz para ratificar o que diz o contrato entre Bolívia e Argentina", acrescentou o ministro.
A Bolívia possui a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, e é a maior exportadora de gás da região. O país vende cerca de 7,7 milhões de metros cúbicos diários de gás para a Argentina e 30 milhões para o Brasil.
As exportações de gás ao Brasil e à Argentina e a crescente demanda interna colocaram no limite a indústria boliviana de hidrocarbonetos, cuja capacidade atual de produção está em 45 milhões de metros cúbicos diários, segundo dados do governo.
O presidente boliviano, Evo Morales, nacionalizou o setor de hidrocarbonetos em maio de 2006 e negocia agora grandes investimentos com petrolíferas estrangeiras para atender compromissos já assumidos, como o bombeamento de até 27,7 milhões de metros cúbicos de gás para a Argentina na próxima década.