O governo da Bolívia e a Telecom Italia abriram formalmente na quarta-feira uma negociação em torno da decisão de La Paz de recuperar a privatizada telefônica Entel, controlada há uma década pela multinacional italiana.
O encontro ocorreu nove dias depois que o governo do presidente Evo Morales publicou um decreto supremo que ordena negociar em um prazo de um mês o regresso ao Estado da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel).
"Esta primeira reunião serviu para estabelecer o código de negociação", disse o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, ao falar com repórteres após um encontro de três horas com executivos italianos da Entel.
Ele indicou que ambas as partes decidiram manter silêncio sobre o conteúdo das negociações, apesar de ter destacado que "os bolivianos têm que sentir-se seguros, tranquilos de que seu governo vai fazer todo o esforço para cumprir a promessa eleitoral" de reverter as privatizações da década passada.
A Telecom assumiu em 1996 metade das ações e o direito de administração da Entel, com a promessa de investir 612 milhões de dólares durante uma série de privatizações que atingiu as principais empresas estatais de produtos e serviços da Bolívia.
Em uma declaração paralela à abertura da negociação, o embaixador italiano na Bolívia, Silvio Mignano, disse que a Telecom Italia estava disposta a considerar a transferência total ou parcial de suas ações em favor do Estado boliviano.
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