A Bolívia nacionalizou nesta segunda-feira (18) a operação dos três principais aeroportos do país, que estavam sob controle de uma subsidiária da empresa espanhola Abertis. Esta é a sexta empresa do país ibérico a ser expropriada pelo governo em um ano.
O presidente Evo Morales disse que a Sabsa (Serviços de Aeroportos Bolivianos S/A), filial da Abertis, não cumpriu com os investimentos estipulados no contrato de concessão. A empresa administra desde 2004 os aeroportos de La Paz, Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba.
Morales prometeu à empresa uma indenização pela expropriação, cujo valor será definido em negociações que começarão em seis meses. Além da crítica à falta de investimento, o mandatário criticou o tamanho dos salários de seus executivos e disse que tomou a decisão após não conseguir acordo com a concessionária.
A Abertis assumiu o controle da Sabsa há sete anos, em um consórcio com a Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea (Aena) que, além dos terminais espanhóis, possui contratos em aeroportos da região, como o de Santiago, no Chile, e de processos para concessão de aeroportos no Brasil.
Antes, a Sabsa era controlada pelo grupo americano Airport Group International e pela britânica TBI. A Sabsa afirma que investiu US$ 33,6 milhões nos terminais e entregou US$ 73 milhões ao Estado pelo direito de explorar os aeroportos.
A empresa chegou a oferecer investir mais US$ 36 milhões nos próximos nove anos em melhorias nos terminais, mas La Paz queria um aporte de US$ 56 milhões. Evo Morales disse que a expropriação foi planejada e que esperou o melhor momento nas relações diplomáticas para que fosse feita.
A partir de agosto, o terminal será controlado pelo Ministério de Obras Públicas. Esta é a sexta expropriação de uma empresa espanhola em um ano, que começou em maio por uma filial da Red Eléctrica de España. Há dois meses, quatro filiais da elétrica Iberdrola também passaram para as mãos do governo