O governo da Bolívia fez uma proposta de reajustar o gás vendido ao Brasil de US$ 3,40 para US$ 7,50 por milhão de unidades térmicas (BTU, medida britânica). No entanto, de acordo com o ministro de Energia do país, Andrés Soliz, as negociações com a empresa estão paralisadas, disse nesta terça-feira o jornal local La Razón.
Apesar das medidas de aproximação tomadas nas últimas semanas, como a formação de uma comissão para debater o assunto, Soliz disse que, até agora, não há avanços nas conversas sobre preço e volume de exportação do gás boliviano.
Nesta segunda-feira, no entanto, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, garantiu que as negociações estavam em andamento e que um comitê diretivo continuava os trabalhos.
Soliz também disse que pediria ao ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, que iniciasse as reuniões que estão pendentes desde o dia 10 de maio, quando foi divulgada uma ata com os próximos passos a serem seguidos.
Soliz vem argumentando que o Chile, por exemplo, pagará US$ 7 por milhão de BTU à Indonésia pelo gás. Mas reconheceu que este preço não poderá ser aplicado ao Brasil "da noite para o dia".
Ele também acusou o Brasil de mentir ao dizer que até 2008 poderá ser auto-suficiênte em gás.
- É uma loucura. Isto não é verdade - disse.
A afirmação foi feita por Gabrielli na semana passada, e também pelo presidente Lula, ao citar uma série de projetos de desenvolvimento de reservas de gás natural e de energias alternativas no Brasil.
Soliz também destacou que o contrato para a venda do gás boliviano ao Brasil vai até 2019, em um documento que estabelece o mecanismo "take or pay", em que a empresa tem que pagar por determinado volume de gás ainda que ele não seja consumido.
O ministro também criticou as declarações de Lula de que o Brasil iria continuar comprando da Bolívia para "ajudar os bolivianos, que são muito pobres". E disse que só interessa à Bolíva vender o gás ao Brasil se o gás for industrializado em território boliviano.
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