O governo da Bolívia anunciou, nesta sexta-feira, que vai importar GLP, o gás de botijão, da Venezuela para evitar a falta do produto no país. Em nota oficial, o governo boliviano atribui os problemas na oferta do GLP ao forte contrabando para os seus vizinhos, o Brasil e o Peru.

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E, sem citar o nome da Petrobras, o Ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, afirma também que os problemas enfrentados atualmente de escassez de combustíveis se devem às privatizações feitas no passado, que fizeram com que não se realizassem investimentos para aumentar a capacidade das duas refinarias nos últimos sete anos (ou seja, desde que a Petrobras adquiriu as duas unidades).

- Hoje em dia, estamos vivendo os efeitos do período da capitalização e privatização que privou o país dos investimentos necessãrios nos últimos sete anos , que não previram o crescimento da demanda interna de combustíveis na Bolívia - afirmou Villegas.

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A Petrobras foi obrigada a vender as duas refinarias ao governo boliviano, que tomou para si as receitas de exportações de combustíveis. O pagamento de 50% dos US$ 112 milhões, fixados pelas duas unidades, deverá ser feito pelo governo da Bolívia até o próximo dia 10 de junho.

Na nota, o governo da Bolívia anuncia ainda que vai importar GLP nos meses de junho a agosto próximo, para garantir o pleno abastecimento do produto no país no período de inverno, além de formar alguma reserva. A informação é do ministro Carlos Villegas, que afirma que o comércio ilegal para o Brasil e o Peru está provocando alterações no mercado interno do GLP.

Na nota, o ministro acrescenta que, em breve, o governo vai definir, por meio de um decreto supremo, um plano de combate ao contrabando de combustíveis, principalmente de GLP. A questão é que, como os preços na Bolívia são muito baixos, por serem subsidiados, estimula o comércio ilegal para os países vizinhos, segundo comentaram alguns técnicos do setor.

Atualmente, a Bolívia produz 990 toneladas diárias de GLP para uma demanda de 1.036 toneladas por dia, ou seja, o déficit é de 46 toneladas por dia.

Na nota, o governo boliviano diz ainda que algumas medidas de curto prazo serão adotadas, como o aumento da produção de GLP pela El Chaco, uma das empresas produtoras e distribuidoras de gás, cujo controle passou para o governo no processo de nacionalização. O governo informou também que pretende a investir US$ 40 milhões na ampliação da capacidade de produção de GLP em uma de suas unidades. Essa ampliação permitirá não só atender o mercado interno, como também permitirá que a Bolívia passe a exportar GLP.

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