O pagamento do 13.º salário colocará R$ 6,3 bilhões em circulação na economia paranaense em 2011, um aumento de 15% em relação ao ano passado, quando o total de benefícios foi de R$ 5,44 bilhões. O crescimento é semelhante ao observado a nível nacional, onde o montante subirá R$ 102 bilhões para R$ 118 bilhões. A quantia no estado representa 5,36% do total do Brasil e 34,7% da Região Sul.
O valor do salário médio no Paraná continua abaixo da média no país, fenômeno que vem ocorrendo nos últimos anos. Pouco mais de 4,67 milhões de paranaenses receberão um benefício médio de R$ 1.300, contra R$ 1.445 da média nacional. No ano passado, os valores eram de R$ 1.168,68 e R$ 1.310,96, respectivamente. Dos beneficiados no estado, 3,02 milhões correspondem aos trabalhadores com carteira assinada (64,7%) e 1,65 milhão, aos aposentados e pensionistas (35,3%). Os dados são de uma pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O aumento do bolo do 13.º em 2011 foi menor do que o observado em 2010, quando a alta foi de 20%. Para Cid Cordeiro, economista do Dieese no Paraná, o motivo para a variação foi o reajuste menor do salário mínimo, que neste ano subiu para R$ 545. "Os dois principais fatores que contribuíram para essa alta são crescimento da renda e do emprego", afirma. O número de trabalhadores com carteira assinada que recebem o benefício saltou de 45,4 milhões de pessoas em 2010 para 48,3 milhões neste ano.
De acordo com o economista, o impacto no consumo será grande. O estudo do Dieese não contempla como a população pretende gastar o salário extra, mas Cordeiro afirma que tradicionalmente os consumidores costumam quitar as dívidas e comprar presentes para o Natal. "Mas mesmo aquela parcela que vai quitar dívida tem impacto no consumo. Muitas vezes, a pessoa limpa o nome e para fazer uma nova dívida ou financiamento", ressalta.
Regiões
Entre as regiões do país, o Sudeste concentra com folga a maior parcela do 13.º: cerca de 51% do benefício deve ficar em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. O Sul e o Nordeste dividem praticamente o mesmo montante, com 15,4% e 15,19% do total, respectivamente. Centro-Oeste e Norte respondem por 8,6% e 4,6%.
Setores
Na divisão por setores da economia, os trabalhadores da área de serviços (que inclui administração publica) ficarão com 60% do benefício. Empregados da indústria ficarão com 21% e do comércio, com 12,5%. Construção civil e trabalhadores do setor agropecuário ficaram com as partes restantes, de 4,8% e 2%.