Sete fechamentos em queda, dos 11 deste mês, levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de volta aos índices de janeiro. Ontem, seu principal índice, o Ibovespa, caiu 1,62%, fechando aos 54.244 pontos o menor nível desde 23 de janeiro daquele mês. Em agosto, a queda acumulada é 8,84%. Só nesta semana o recuo foi de 4,14%.
A palavra de ordem da bolsa nos últimos dias foi "volatilidade" e, para o gerente do pregão da corretora Omar Camargo, Wilson Paese, é assim que ela deve seguir na próxima semana. "O dólar está se apreciando no mundo todo e as principais commodities estão em queda. Isso acaba trazendo uma grande volatilidade, que deve persistir."
Além do cenário externo desfavorável, Paese diz que também há situações internas pressionando a bolsa brasileira. Ele cita como exemplo as expectativas em relação à Petrobras e a criação de uma nova estatal para controlar a recém-descoberta camada de pré-sal. "Há muita informação desencontrada, que serve como um balde de água fria nas expectativas dos investidores."
No pregão de ontem a ação preferencial da Petrobras retraiu 2,3% e o papel da mineradora Vale caiu 2,21%. Entre as siderúrgicas, a ação da Gerdau caiu 2,77%, enquanto a ação ordinária da CSN teve baixa de 3,76%.
O Banco do Brasil anunciou na quinta-feira à noite, após o fechamento no mercado, um lucro líquido de R$ 3,992 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma alta de 61,16% sobre o mesmo período do ano anterior (R$ 2,477 bilhões). O período de divulgação dos balanços das companhias abertas no terceiro trimestre trouxe resultados bastante positivos. Mas parece que eles não serão suficientes para empurrar a bolsa para cima. "Esta turbulência já era esperada. Ela é provocada pela conjuntura econômica global, o que nos leva a imaginar um agosto realmente negro", diz o professor do Estação Ibmec, Pedro Jaime Cervatti, sócio da consultoria KPMG.
Segundo Cervatti, os resultados das empresas listadas na bolsa são melhores do que os apresentados no ano passado e, por isso, o investidor deve levar em conta não apenas a queda dos papéis, mas também o recebimento dos dividendos.
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