O principal índice de ações da Bolsa brasileira - Ibovespa - fechou nesta terça-feira (28) em queda de 0,63%, aos 56.035 pontos. O desempenho foi puxado pela baixa superior a 1% das ações da Vale, que representam mais de 8% do índice. "A queda da Bolsa brasileira só não foi maior porque os mercados internacionais subiram, com os investidores mais expostos ao risco após promessas de apoio contínuo de política monetária de bancos centrais no Japão e na Europa", disse Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap do Brasil.
Os papéis mais negociados da Vale (VALE5) caíram 1,25% no dia, para R$ 29,87. "Houve uma ligeira queda no preço do minério de ferro no exterior. Aliás, esse valor tem sofrido um pouco não apenas com as perspectivas de crescimento mais fraco da China, mas também com a maior produção de minério no país asiático", afirmou Oliveira.
Também contribuiu para a queda da Bolsa nesta terça o fraco desempenho dos papéis da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, que tiveram perda de 5,14%, para R$ 1,66. O movimento estimulou a desvalorização de outras ações do grupo EBX, como as da MMX Mineração (-8,96%, R$ 2,03) e da LLX Logística (-3,55%, R$ 1,90).
No sentido oposto, as ações mais negociadas da Petrobras (PETR4), que representam mais de 8% do índice, mostraram ganho de 0,65% no dia, para R$ 20,07. "A empresa ainda tem se beneficiado da produção recorde anunciada na última semana", disse Oliveira.
O dia foi marcado pela expectativa para a reunião de dois dias do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que decidirá sobre um possível novo aumento da taxa básica de juros brasileira, a Selic -atualmente em 7,5% ao ano.
O mercado também está atento ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no primeiro trimestre, que será divulgado amanhã pela manhã. O resultado deve influenciar os membros do Copom em sua decisão sobre a Selic.
Lá fora, a confiança do consumidor dos Estados Unidos se fortaleceu em maio para o maior nível em mais de cinco anos, saltando para 76,2 pontos ante 69 pontos em abril e superando as expectativas de economistas, que previam uma leitura de 71 pontos.
Mesmo não sendo consenso, boa parte dos analistas nos EUA preveem que o banco central americano pode retirar estímulos caso indicadores continuem comprovando que a economia já consegue se sustentar sem ajuda.