Após ter atravessado um dia instável, o Ibovespa -principal índice de ações da Bolsa brasileira- fechou nesta sexta-feira (2) em queda de 1,36%, a 48.474 pontos. Na semana, o índice teve baixa de 1,92%. "A virada do Ibovespa, que subia mais de 0,8% no final da manhã e, no início da tarde, passou a cair forte, foi um movimento natural de mercado. O volume financeiro de R$ 5 bilhões ficou abaixo da média nos últimos dias, o que contribuiu para este movimento", disse Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.
Os investidores avaliaram dados mistos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que podem deixar o Federal Reserve, banco central do país, mais cauteloso quanto a reduzir seu forte programa de estímulo econômico.
Os empregadores americanos desaceleraram o ritmo de contratações em julho, mas a taxa de desemprego caiu mesmo assim, para 7,4% -menor nível em mais de quatro anos."Embora a taxa de desemprego na economia americana tenha vindo melhor que o mercado esperava, a geração de novos postos de trabalho foi baixa e isso voltou a alimentar persperctivas de que o BC americano pode adiar o início do corte em seu programa de estímulo econômico", diz João Brügger, analista da Leme Investimentos.
Para injetar recursos na economia, a autoridade monetária dos EUA recompra mensalmente, desde 2009, US$ 85 bilhões em títulos emitidos pelo governo. Parte desse dinheiro se reverte em investimentos financeiros, inclusive em mercados emergentes, como o brasileiro -que tendem a ser reduzidos se o incentivo monetário for cortado.
"O discurso do Federal Reserve [banco central americano] nessa semana mostrou que a autoridade está em cima do muro, sem apontar um posicionamento firme sobre quando irá começar a cortar o seu programa de estímulo, mas indicando que não será já em setembro. O mercado ainda não comprou 100% essa ideia", completa Brügger. A autoridade monetária americana já afirmou que pretende encerrar seu programa de recompra de títulos até meados de 2014, mesmo sem ter data prevista para o início do corte no estímulo.
Perspectivas
Para Machado, da Geral, é justificada a queda de 20,5% do Ibovespa no ano. "Isso reflete as medidas que o governo tomou e não deram certo, como o corte no juro básico [a Selic] tão rapidamente, o que o forçou a voltar atrás, elevando a Selic novamente. Isso afeta a credibilidade do país, afastando investidores externos. E sabemos que esse tipo de investidor sempre representou uma fatia grande na Bolsa brasileira", diz.
O analista destaca, contudo, que é possível o investidor encontrar oportunidades para lucrar na Bolsa. "Tem algumas boas oportunidades no mercado, especialmente fora do Ibovespa, mas é preciso garimpar", afirma.
Alguns setores, segundo Machado, como o de educação, estão indo bem, apesar do desempenho negativo da Bolsa no ano. "Tem que analisar as perspectivas para cada setor, os fundamentos das companhias e o cenário macroeconômico. No caso de educação, por exemplo, esse segmento tem se beneficiado bastante dos estímulos do governo, como financiamentos para cursos superiores, por exemplo", completa.
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