A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem, pela primeira vez em três anos, abaixo dos 30 mil pontos. Com desvalorização de 6,5%, a bolsa terminou o pregão aos 29.435 pontos, menor nível desde outubro de 2005. As perdas no mês passaram a ser de 40,58%.
Com uma ação forte do Banco Central, o dólar descolou-se da instabilidade da bolsa. Em dois leilões, o BC vendeu cerca de US$ 2 bilhões em contratos cambiais, levando o dólar a R$ 2,24, uma baixa de 3,57%.
Ontem, os mercados acionários ensaiaram uma melhora no começo da tarde, após ser divulgada uma elevação na venda de casas novas nos Estados Unidos em setembro. Perto do meio-dia, a Bovespa recuava apenas 0,75%. Mas a notícia positiva não foi suficiente para melhorar os ânimos.
"O dia foi menos instável, mas o mercado ainda segue muito turbulento. Quando parecia que já tinha caído o suficiente, houve uma forte piora na última meia hora do pregão", afirma Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
As bolsas nos EUA, apesar de terem caído de forma menos intensa, estão em seus menores patamares desde 2003. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova Iorque caiu 2,42%.
As perdas acumuladas pela Bovespa neste ano já estão em 53,93%. Quem tivesse aplicado R$ 10 mil em uma carteira atrelada às oscilações do Ibovespa, principal índice da bolsa, contaria hoje com pouco mais de R$ 4,6 mil.
Com o petróleo em rota de baixa no exterior, as ações da Petrobras seguem entre as mais punidas. Ontem, a ação preferencial da Petrobras caiu 11,22%, enquanto a ordinária recuou 9,27%. O petróleo terminou o dia cotado a US$ 63,22 em Nova Iorque, com baixa de 1,45%, em seu menor preço em 17 meses. O temor dos efeitos de uma recessão econômica nas principais economias do mundo tem derrubado cada vez mais o valor do petróleo.
O baixo giro financeiro de ontem mostra que os investidores estão preferindo esperar ao invés de correr para liquidar suas ações nesse momento. Foram movimentados apenas R$ 3,24 bilhões, quase a metade da média diária do ano.
Além da Petrobras, as ações de outras companhias de grande peso no Ibovespa terminaram o dia em baixa elevada. Os papéis da Vale, por exemplo, se depreciaram 9,38% (ON) e 8,20% (PNA). O setor bancário também não foi bem. O papel preferencial do Bradesco, que chegou a subir 3,49%, terminou com baixa de 4,34%. A ação PN do Itaú, que chegou a ganhar 6%, fechou estável. As duas instituições apresentaram seus balanços ontem.
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